Waldir Costa / Rondônia Dinâmica
Publicada em 10/07/2021 às 10h55
As eleições do próximo ano já estão sendo amplamente discutidas nos bastidores da política em Rondônia. Vários blocos estão sendo formados e outros estão consolidados de eleições anteriores, mas já existem divergências entre antigos parceiros, que deverão influenciar diretamente na sucessão estadual.
Blocos políticos consolidados, hoje, temos somente dois. Um deles o PP, presidido no Estado pela deputada federal Jaqueline Cassol, que tem o ex-governador Ivo Cassol como maior liderança e o PT, que junta os pedaços, após o impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff, perdeu lideranças expressivas, como o ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, que deixou o partido e em breve ficará sem o único deputado estadual, Lazinho da Fetagro, mas está se reorganizando.
Em outubro do próximo ano os brasileiros deverão eleger o presidente da República, os governadores, uma das três vagas ao Senado de cada Estado e do Distrito Federal, além de Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Não teremos eleições somente a prefeitos e vereadores, que foram realizadas em novembro último.
As Eleições 2022 não terão as coligações, como as de prefeitos e vereadores de novembro último. É importante destacar, que mudanças poderão ocorrer até um ano antes das eleições e que estamos no Brasil, onde o impossível e o improvável nunca estão descartados.
Cassol é seguramente o nome de maior destaque, no que se refere as eleições de outubro do próximo ano. Já foi prefeito de Rolim de Moura (dois mandatos seguidos), governador do Estado (dois mandatos seguidos) e senador. Reúne cacife político suficiente para se eleger governador novamente. Tem problemas com a justiça desde a sua passagem pela Prefeitura de Rolim de Moura, mas garante, que estará elegível para 2022.
Outro bloco forte é o PSDB, presidido em Rondônia pela deputada federal Mariana Carvalho. Os tucanos estão com problemas internos, onde o ex-senador Expedito Júnior continua, mesmo sem mandato a ser nome de destaque do partido. Perdeu duas eleições a governador. Está trabalhando para concorrer ao Senado numa parceria com o senador Marcos Rogério, presidente regional do DEM, mas não tem apoio de Mariana e do irmão dela, Maurício Carvalho, que é vice-prefeito de Porto Velho. Os tucanos querem lançar candidato próprio e o prefeito-reeleito da capital Hildon Chaves é o nome.
Há dias numa reunião com os tucanos de bico duro no Estado, Expedito e Maurício se estranharam criando um clima pesado dentro do partido. A expectativa, inclusive, é que Júnior deixe o PSDB e se filie ao DEM ou ao PSD, presidido em Rondônia pelo seu filho, o deputado federal Expedito Netto.
O PT se prepara para as eleições gerais com muito cuidado. O presidente do diretório regional, advogado Ramon Cujuí, que concorreu a prefeito de Porto Velho nas eleições de novembro último é o nome em ascensão do partido, que poderá concorrer a governador em 2022. Somou pouco mais dos 3% dos votos e ficou na oitava colocação. O PT está sendo ajustado, inclusive com o retorno de lideranças como a ex-senadora Fátima Cleide, que deverá disputar cargo eletivo no próximo ano.
O jovem deputado federal e presidente do Podemos de Rondônia, Léo Moraes também pretende concorrer a governador em 2022. É um político com popularidade crescente e, caso realmente formate uma parceria com o PSB, comandado em Rondônia pelo deputado federal Mauro Nazif formará um grupo de forte representatividade eleitoral. Nazif deverá concorrer à reeleição, mas o PSB tem o ex-prefeito de Ji-Paraná e ex-deputado estadual Jesualdo Pires, uma opção para governador, vice-governador de Léo ou Senado. É uma parceria de enorme força político-eleitoral na capital e no interior.
Quem também não pode ser ignorado no processo eleitoral do próximo ano é o governador Marcos Rocha, que foi eleito pelo PSL e hoje está sem partido. Poderá, até, retornar ao PSL, que tem novo presidente regional, o secretário de Estado da Agricultura e suplente de deputado federal, Evandro Padovani. Quem está no poder tem desgaste, mas tem a máquina” administrativa a favor.
O MDB tem como maior expressão política o senador Confúcio Moura, que já governou o Estado em dois mandatos seguidos enfrenta problemas para escolha do candidato a governador. Confúcio disse publicamente, que não irá para a disputa. O ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho, que foi muito bem nas eleições de 2018 e não disputou o segundo turno pela diferença de 10.001 votos, que o hoje governador, Marcos Rocha somou a mais, não se sabe o motivo, ainda, não foi convidado pela cúpula do partido liderada pelo presidente, deputado federal Lúcio Mosquini, para concorrer novamente, pois demonstrou sua força eleitoral em 2018. É um mistério.
Os prefeitos-reeleitos de Porto Velho, Hildon Chaves e de Jaru, João Gonçalves Júnior, ambos do PSDB foram convidados por Mosquini para se filiarem ao MDB e concorrer a governador. João Júnior já descartou o convite publicamente, mas Chaves não disse Sim nem Não.
A aposta de Marcos Rogério em contar com apoio do ex-senador Expedito Júnior, mesmo sem o PSDB é da maior importância para o jovem senador. Júnior é uma liderança consolidada no Estado. Foi quem projetou Cassol em 2002 levando-o a tiracolo na campanha política, exaltando o ótimo trabalho do ex-prefeito de Rolim de Moura e elegendo-o governador. Cassol não admite, mas é verdade.
No caso de Cassol sair candidato, no mínimo dividiria boa parte dos votos em favor de Rogério devido a Júnior. Cassol sendo impedido de candidatar-se certamente será um aliado de expressiva força política para Expedito Júnior e Marcos Rogério na busca pelo Senado e o governo do Estado, respectivamente.
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