Marina Espíndola/Secom
Publicada em 19/07/2021 às 14h18
Para participar da confraternização, os pacientes selecionados fizeram testes de covid-19 para segurança dos familiares e demais envolvidos no evento. De acordo com a fisioterapeuta e uma das organizadoras do evento, Franciane de Souza Santana, a maioria deles está em reabilitação devido as sequelas graves deixadas pela doença. “Essa pandemia ao mesmo tempo que ela afastou muito as pessoas, ela também aproximou. Quando um paciente entra num ambiente hospitalar, na cabeça dele já é sinônimo de separação. Estamos há mais de um ano e meio vivendo além da dor da doença, a dor de não ter a família por perto, e muitas vezes os pacientes vem a óbito sem ao menos poder se despedir, e vimos essa oportunidade de poder trazer essas famílias para poder vê-los, já que os exames deram negativos”.
Mesmo com a mesa recheada de guloseimas, típicas de festas julinas, como: bolo, paçoca, cachorro-quente, entre outras, os pacientes foram acompanhados de perto pela equipe de nutrição, e não puderam se dar ao luxo de exceções na dieta. Mas para eles tudo bem, a festa era mesmo para alimentar a alma, o coração, e o espirito. “No momento que eles souberam que iriam poder ver e tocar nos seus familiares, foi um momento de explosão de felicidade. Muitos choraram, ficaram emocionados, porque normalmente os telefonemas que são feitos para as famílias são ligações com notícias nada boas, e hoje foi o contrário, receberam uma ligação para vir até a unidade, mas para poder ter um momento com o familiar em recuperação”, conta Franciane.
Internada há pelo menos 45 dias, e extubada há dez, Carolaine da Silva, de 23 anos, teve motivos de sobra para comemorar. Acometida pela covid-19, considerada caso gravíssimo e desenganada pelos médicos, no arraial a jovem foi surpreendida com a presença da mãe, irmã e tia. Na cadeira de rodas, ainda muito debilitada, com sequelas graves, ela consegue expressar com olhar carinhoso para a família a gratidão por estarem ali. “Minha filha foi um milagre de Deus, os exames acusaram 90% do pulmão dela comprometido, o médico chegou a nos chamar para desligar os aparelhos da Carolaine, e dar o óbito para a família, foi quando ele virou as costas para me dar o óbito e os aparelhos começaram a apitar “pi pi” e ele voltou. Eu não tenho dúvidas que ela foi um milagre”, conta emocionada Jessica da Silva Matias, mãe de Carolaine.
A expectativa é de que Carolaine receba alta hospitalar na semana que vem, a gratidão da mãe pelo atendimento médico feito pela equipe da AMI é imensurável. “Se por acaso minha filha não tivesse vindo para esse hospital ela não estaria viva, Deus colocou seus anjos aqui, com médicos maravilhosos que deram tudo pela vida dela”.
Além da música julina, houve brincadeiras entre pacientes e equipe multidisciplinar, onde foram ajudados na pescaria. A animação ficou por conta da auxiliar de serviços gerais da AMI, Veronica Cavalcante. “Eu também sou repositora de material de UTI e quando estou trabalhando no bloco, se tem paciente acordado faço questão de arrancar um sorriso, danço para eles, canto, para animar, porque a situação já está difícil. Então, eu deixo a tristeza lá fora sempre, e aqui é só alegria”.
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