AFP
Publicada em 28/07/2021 às 15h11
O laboratório americano Pfizer espera faturar este ano 33,5 bilhões de dólares com a venda de 2,1 bilhões de doses em todo o mundo de vacinas contra a covid-19 desenvolvidas em colaboração com a empresa alemã BioNTech.
Este valor está muito acima dos 26 bilhões de dólares que a empresa estimou em maio deste ano para a venda de 1,6 bilhão de doses do imunizante.
A Pfizer também aumentou sua receita anual e projeções de lucro ao estimar a entrega de outras 500 milhões de doses da vacina contra a covid-19 acima das expectativas anteriores.
O diretor-executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse que mais de um bilhão de doses da vacina já foram aplicadas. "A velocidade e a eficiência dos nossos esforços com a BioNTech para ajudar a vacinar o mundo contra a covid-19 não têm precedentes", acrescentou.
A farmacêutica americana, que se associou com a BioNTech da Alemanha na produção da vacina, afirmou que a margem de lucro antes do imposto sobre as vendas do imunizante permaneceu igual à previsão anterior, na faixa alta de 20%.
Essas margens de lucro provocaram a fúria de organizações não-governamentais como a Public Citizen, que acusou a Pfizer de "lucrar" com a pandemia e pediu aos líderes mundiais que lancem uma campanha bilionária para desenvolver a capacidade de fabricar vacinas para imunizar a população mundial.
No segundo trimestre, a Pfizer registrou lucros de 5,6 bilhões de dólares, um aumento de 59% em comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto teve um aumento de 92% em sua receita, para 19 bilhões.
A título de comparação, o grupo farmacêutico americano Johnson & Johnson, que também desenvolveu uma vacina contra a covid, antecipa uma receita de 2,5 bilhões de dólares pelo seu produto este ano.
Johnson & Johnson e AstraZeneca se comprometeram a vender suas vacinas a preço de custo enquanto a pandemia durar.
O laboratório Moderna espera vendas por 19,2 bilhões de dólares de sua vacina este ano, segundo suas previsões de maio.
- Terceira dose? -
As vendas poderiam crescer ainda mais, já que a sociedade Pfizer/BioNTech defende uma terceira dose de sua vacina para torná-la mais eficaz, em um momento em que a variante Delta do coronavírus causa surtos epidêmicos na Ásia e África e aumenta o número de casos na Europa e nos Estados Unidos.
Esta variante, que surgiu inicialmente na Índia, é a mais contagiosa desde o início da pandemia no final de 2019, a qual deixa mais de 4,17 milhões de mortos em todo o mundo, segundo um relatório elaborado pela AFP nesta quarta-feira.
"Novos estudos mostram que uma terceira dose tem efeitos neutralizantes contra a variante Delta, cinco vezes mais entre os jovens e mais de 11 vezes mais nos idosos após a segunda dose", afirmou nesta quarta-feira a empresa, que planeja publicar dados mais detalhados nas próximas semanas.
BioNTech e Pfizer planejam produzir 3 bilhões de doses até o fim do ano.
A Pfizer pagou cerca de 4,4 bilhões de dólares em dividendos para seus acionistas durante os primeiros seis meses do ano, 3% a mais que em 2020.
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