Rondoniadinamica
Publicada em 21/08/2021 às 09h27
Porto Velho, RO – O bolsonarismo inegavelmente exerceu função magnética nas eleições de 2018 porquanto quem declarou apoio ao atual presidente da República à época tornava-se seríssimo candidato a exercer função pública através da política.
O governador Coronel Marcos Rocha, sem partido, e os deputados Eyder Brasil e Coronel Chrisóstomo, ambos do PSL, estadual e federal respectivamente, foram carregados ao Poder pela onda do momento, por exemplo.
E o pecuarista Jaime Maximino Bagattoli quase ocupou um dos assentos rondonienses no Senado Federal: o ex-governador Confúcio Moura, do MDB, acabou levando por margem ínfima de votos.
Entretanto, no mundo das postulações, seja por um voto ou por mil, vitória é vitória, derrota é derrota.
Por isso, caro (a) leitor (a), tenha isso em mente: quer seja um grão de areia ou pedra, na água ambos afundam igualmente.
Falando em Confúcio Moura, inclusive, apesar de este já ter inclusive apagado postagem crítica a Jair Bolsonaro por conta da pressão nas redes sociais, o congressista, desta feita, resolveu bancar seus próprios pensamentos.
No dia 12 de agosto ele chegou a veicular uma espécie de manifesto contra o autogolpe abordando a situação envolvendo o desfile dos tanques estropiados, decadentes e esfumaçantes pertencentes ao acervo das Forças Armadas do Brasil.
Com isso, de maneira inédita, uma autoridade do mainstream regional patrocina o abre-alas à oposição numa eventual candidatura ao Palácio Rio Madeira em 2022.
Lado outro, uma nova safra de adeptos do atual regente do Planalto também coloca a cabeça para fora do casco, e, neste espectro, as opções são mais variadas, pluralíssimas.
À exceção de Marcos Rocha, potencial candidato à reeleição, há o governista Marcos Rogério, seu xará, e Ivo Cassol, parceiro de Messias desde os tempos de Congresso Nacional, quando, junto com ele, defendia a malfada Fosfoetanolamina, “Pílula do Câncer”, cuja eficácia fora descartada pela... ciência.
Aliás, falando em empreitada anticientífica, foi assim que Cassol voltou ao noticiário nacional, defendendo, por mais absurdo e surreal que possa soar, faísca de solda contra o novo Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2). Sua ressurreição nas manchetes causou burburinho pelas plagas tupiniquins, porém, especialmente no estado que o tem como personalidade popular, seja pelo bem ou pelo mal, como diz o ditado. Em suma, “falem de mim”.
Isso significa na prática que os ovos no cesto, por ora, são basicamente os mesmos: o que irá suscitar novidade na hora da contenda eletiva será, pelo visto, os posicionamentos contra ou a favor de Jair Bolsonaro.
De revolucionário, diferente, novo de fato, ao menos até agora, nada.
Esse rascunho malfeito na lousa lamentavelmente lançará, de novo, a audiência para bem longe das pautas realmente importantes e que dizem respeito diretamente ao Estado de Rondônia. O que se nota a princípio é que as chances de o pleito de 2022 ser decidido mais uma vez com base nesse maniqueísmo vazio e doentio são altíssimas.
O bem contra o mal. Conservadores contra progressistas. Nós contra eles. Bolsonaro contra Lula. Militares contra civis. Religiosos conta não-religiosos.
Enfim, que o povo se sirva de acordo com o que achar conveniente. Mas repise-se a frase acima e coloque isso na cabeça cidadão (ã): seja um grão de areia ou pedra, na água ambos afundam igualmente.
E escolha. E após escolher, bem..., lide com as consequências.
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