RFI
Publicada em 02/09/2021 às 15h23
Dois iraquianos suspeitos de pertencerem ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), que se encontravam em Portugal desde 2017 como refugiados, foram detidos perto de Lisboa, anunciou a Polícia Judiciária (PJ) nesta quinta-feira (2).
Os dois suspeitos são acusados de "pertencer e apoiar uma organização terrorista internacional" e estão sendo investigados no Iraque, mas não cometeram nenhum crime em Portugal, informou a polícia judicial portuguesa em um comunicado.
Os dois homens, de 32 e 34 anos, faziam parte de uma milícia do EI na região de Mossul, envolvida em ações de grande violência. Eles foram recebidos em Portugal "dentro de um programa de acolhida de refugiados", após terem passado uma temporada na Grécia.
O grupo EI, que controlou um amplo território no Iraque entre 2014 e 2017, foi oficialmente derrotado pelas tropas do governo apoiadas por uma coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos. Mas há pequenas células terroristas ainda presentes no país, principalmente em áreas montanhosas e desérticas, que reivindicam ataques pontuais.
Em recente visita ao Iraque, o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que manterá as tropas francesas que combatem grupos extremistas em solo iraquiano o tempo que o governo de Bagdá julgar necessário para defender a população dos jihadistas.
O retorno dos talibãs ao poder no Afeganistão, após a retirada definitiva dos Estados Unidos em 30 de agosto, fazem a comunidade internacional temer o ressurgimento das rivalidades entre grupos fundamentalistas sunitas, que pregam a Jihad – luta armada contra os infiéis e inimigos do Islã –, com consequências migratórias indesejáveis para a Europa.
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