Rondoniadinamica
Publicada em 07/09/2021 às 10h11
Porto Velho, RO – A grande verdade, o (a) leitor (a) aceitando ou não, é que o patriotismo da grande maioria que se vende desta maneira, com esta característica específica, não resiste à primeira estrofe do Hino Nacional.
Em Rondônia mesmo, no final dos anos 90 e início dos anos 2000, havia um programa de televisão regional onde um dos quadros exigia de seus participantes que entoassem integralmente este que é um entre quatro símbolos oficiais da República.
O transeunte era surpreendido de supetão no passeio público pela repórter, e, se acertasse a letra toda, levaria para casa a cintilante nota de cem reais, a bela garoupa, e isto quando o salário mínimo girava em torno de valores módicos entre R$ 136 e R$ 200.
Em suma, uma bela duma dinheirama à época quando a cédula rendia bastante na mão das pessoas.
Sabe quantos desafiados levaram a grana para casa?
Zero!
A inserção foi um sucesso porque era divertido assistir essa gente toda desesperada para concatenar os fragmentos textuais decorados provavelmente às ocasiões em que se via obrigada a participar dos momentos cívicos escolares.
Aqueles que não se atabalhoavam com a colcha de retalhos na mente tentavam enganar a emissora – e os espectadores –, balbuciando os trechos esquecidos.
Por que esse prelúdio?
Bem, ele ilustra perfeitamente como são muitos dos novos pretensos nacionalistas, que, em suas cabeças confusas, creem que andar por aí com a camisa verde-e-amarela da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) seja a demonstração máxima de amor à Pátria.
Também acreditam que Cafú, Zico, Pelé, Ronaldo e Ronaldinho sejam expressões heroicas relacionadas à Independência, comemorada hoje, dia 7 de setembro.
Resumidamente, quando existe a reunião de cidadãos e cidadãs que desconhecem os símbolos nacionais – inclusive agora, neste exato momento, lutam para derrubar vários deles em Brasília –, e misturam futebol com história, dá nisso.
Uma marcha que ruma sem saber por quê. Como o vice-governador de Rondônia, José Atílio Salazar Martins, o Zé Jodan, do PSL, pedindo a destituição do Supremo Tribunal Federal (STF) e criminalização de quem pensa diferente dele.
Este – e vários outros, diga-se de passagem – é o tipo que irá usar o mote para galgar postos politicamente. Em Rondônia, então, nem se fala.
Além de tudo isso, existem charlatões e charlatãs que surgirão aos montes municiados com o mais puro chorume endossado por supostas motivações patrióticas.
E acredite: há quem compre. Aconteceu em 2018. Acontecerá em 2022.
Eles se misturam aos brasileiros verdadeiros. E se aproveitam da ignorância das patotas mais hidrófobas para aprisionar ideologicamente os apedeutas sob seus tacões verborrágicos.
E a prisão está na contramão da liberdade.
O que ouviram do Ipiranga às margens plácidas há 199 anos?
“Independência ou Morte!”. E o que acontece de fato? Vida, mas dependente e parasitária.
E Dom Pedro I se retorce mais uma vez com essa ruma celerada que será eleita e bancada com o suor do trabalhador-padrão, o brasileiro de verdade.
Dependência...
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