G1
Publicada em 20/09/2021 às 08h42
Paul Rusesabagina, ativista de 67 anos que inspirou o filme "Hotel Ruanda", foi condenado por terrorismo nesta segunda-feira (20). Ele havia sido preso em agosto de 2020, ao desembarcar em Ruanda.
Os promotores pediram prisão perpétua a Rusesabagina por nove acusações, incluindo terrorismo, incêndio criminoso, tomada de reféns e formação de grupo rebelde armado comandado do exterior.
O ativista nega todas as acusações e diz que a sua prisão é um sequestro. Seus apoiadores afirmam que o julgamento é uma farsa e a prova do tratamento implacável do presidente Paul Kagame contra seus adversários políticos.
Paul Rusesabagina, ativista que inspirou o filme "Hotel Ruanda", usa uniforme rosa de presidiário ao chegar ao Tribunal de Justiça de Nyarugenge, em Kigali, capital de Ruanda, em 2 de outubro de 2020. Rusesabagina se tornou um feroz crítico do atual governo e foi condenado por terrorismo. — Foto: Simon Wohlfahrt/AFP
Hotel Ruanda
Rusesabagina era gerente do Hotel des Mille Collines, na capital Kigali, durante o genocídio que deixou 800 mil mortos no país em 1994.
Ele salvou a vida de mais de mil pessoas ao abrigá-las no hotel de luxo durante o massacre da minoria tutsi e de hutus moderados.
A matança foi encerrada pela Frente Patriótica de Ruanda (FPR), que conquistou Kigaki e interrompeu o genocídio.
Paul Kagame era um comandante rebelde tutsi da FPR, virou presidente do país e está no poder desde então.
Repressão à oposição
Há 27 anos no poder, Kagame é acusado de liderar Ruanda com punho de ferro e reprimir todas as formas de oposição, prendendo ou forçando o exílio de políticos.
Rusesabagina, que vivia no exterior, se tornou um crítico feroz de Kagame.
Ele fundou o Movimento Ruandês para a Mudança Democrática (MRCD) no exterior e foi preso ao desembarcar no país em agosto do ano passado.
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