Rondoniadinamica
Publicada em 21/09/2021 às 10h59
Porto Velho, RO – No final de agosto o Rondônia Dinâmica veiculou matéria intitulada “Governador de Rondônia após questionamento sobre possibilidade de zerar ICMS do combustível: “Não existe almoço de graça””.
À época, o Estado anunciou a tentativa de zerar o ICMS do gás de cozinha; com a postagem, determinado usuário resolveu abordar a situação específica relacionada à ascensão nos valores voltados aos combustíveis.
“[...], não existe almoço de graça. Política econômica é algo muito sensível. Isso que estamos fazendo é inédito para um governo estadual. Você sabe algum governador que abaixou impostos? Isso nunca foi feito. Entenda que mesmo sendo um estado, pedimos uma redução % maior (veja o vídeo). Isso terá impacto mas calculamos isso. O comum/normal são governos aumentarem os impostos. Não deixei isso acontecer e agora quero reduzir! Isso é quase um experimento social.
Isso já foi muito estudo, mas não paramos ainda. A equipe está empenhada. Mas quero que isso chegue à população, seja repassado! E não que seja engolido no meio do caminho como vimos em outras situações.
Grande abraço”, respondeu Rocha à indagação.
Já na última segunda-feira (20), uma carta assinada por 20 governadores, incluindo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, rechaçou as investidas do mandatário do Planalto contra as administrações estaduais.
Marcos Rocha, governador de Rondônia, não aderiu.
Em suma, Bolsonaro culpa reiteradamente os estados pelo aumento consecutivo dos preços dos combustíveis.
"Os Governadores dos Entes Federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema", diz a íntegra da nota.
Além de Rocha, outros seis governadores não assinaram a carta: Carlos Moisés (Santa Catarina); Ratinho Júnior (Paraná); Mauro Carlesse (Tocantins); Antonio Denarium (Roraima); Wilson Lima (Amazonas); e Gladson Cameli (Acre).
Os preços cobrados nas bombas viraram motivo de embate entre o presidente e os governadores.
Bolsonaro tem cobrado publicamente que os estados reduzam o ICMS para que, dessa forma, os preços da gasolina e do diesel recuem.
Segundo especialistas, o principal motivo da alta nos preços dos combustíveis é a desvalorização do real frente ao dólar.
Signatários
Confira quais governadores assinaram a nota:
Rui Costa (Bahia)
Cláudio Castro (Rio de Janeiro)
Flávio Dino (Maranhão)
Helder Barbalho (Pará)
Paulo Câmara (Pernambuco)
João Doria (São Paulo)
Romeu Zema (Minas Gerais)
Ronaldo Caiado (Goiás)
Mauro Mendes (Mato Grosso)
Eduardo Leite (Rio Grande do Sul)
Camilo Santana (Ceará)
João Azêvedo (Paraíba)
Renato Casagrande (Espírito Santo)
Wellington Dias (Piauí)
Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte)
Renan Filho (Alagoas)
Belivaldo Chagas (Sergipe)
Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul)
Ibaneis Rocha (Distrito Federal)
Waldez Góes (Amapá)
Conclusão
A despeito de Marcos Rocha ser aliado de primeira hora do presidente da República e jamais ter agido contra as visões do governo federal, o gestor de Rondônia, mesmo com o primeiro passo sobre o imposto do gás de cozinha, deixa a população regional sem uma resposta contundente.
Se sabe que é a favor do mandatário do Planalto, porém o fato de silenciar diante da questão específica voltada aos combustíveis pode acabar rendendo insatisfação por todos os lados.
De repente seja importante repensar a estratégia utilizada no imbróglio sem necessariamente agir contra o parceiro de intentos políticos.
Agora, paralelamente, a sociedade reclama diuturnamente sobre aquilo que vê nos postos de gasolina. É preciso agir, ter uma posição, mesmo que desconfortável. Porque qualquer posicionamento é melhor do que nenhum.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2021/09/vinte-governadores-assinam-carta-contra-acusacoes-de-jair-bolsonaro-sobre-o-preco-do-combustivel-o-de-rondonia-nao-aderiu,113626.shtml