Professor Nazareno
Publicada em 27/09/2021 às 08h49
Hitler não agiu sozinho. Engana-se quem pensa que toda a maldade do Nazismo saiu apenas da cabeça dele. Havia uma multidão de seguidores fanáticos que viam naquele austríaco franzino um verdadeiro líder carismático. Generais e militares de alta patente, inebriados e cegos pela obediência ao chefe, faziam “todo o possível” para agradar ao “deus” deles na terra. Muitos caíram na sua lábia achando que ele era a única salvação da pátria alemã e de todo o mundo. Toda a maldade praticada pelos nazistas tinha o apoio de grande parte da sociedade alemã e até de líderes de outros países como Mussolini na Itália e mesmo, segundo alguns autores, Getúlio Vargas. Da mesma maneira ocorre no Brasil com Jair Bolsonaro. Os bolsomínions de hoje o veem como a reencarnação de Cristo e de tudo fazem para adular e puxar saco do seu venerado líder.
Tudo o que Hitler dizia era seguido à risca pelos seus puxa-sacos. Igualmente aconteceu com Mao Tsé-Tung, Pol Pot, Fidel Castro, Josef Stalin, Pinochet e tantos outros. Jair Bolsonaro ainda não é um ditador, mas tudo o que ele diz, se torna verdade para a maioria dos seus fieis seguidores. Tem gente que mata a própria mãe somente para não desagradá-lo. Quando não mata, adultera a certidão de óbito da genitora em nome de uma ideologia “furada e sem comprovação”. Sem nenhum conhecimento sobre a cura da Covid-19, por exemplo, o “Mito” afirmou que a Cloroquina é um santo remédio para combater o Coronavírus. Muitos acreditaram e passaram a se automedicar para somente comprovar as “sábias palavras” do mestre, mesmo que a Anvisa e a OMS tenham descartado qualquer eficiência do medicamento para o tratamento da Covid-19.
Porém, fala-se nas entrelinhas que o “Mito” não é um sujeito tão ruim assim. Ele apenas usa essas frases de efeito e se mostra uma pessoa do mal por que essa postura lhe rende votos e alguma popularidade. A maldade que ele representa só faz aflorar em muitas outras pessoas o mal que elas realmente têm. Bolsonaro é da extrema-direita e o seu governo tem sido uma catástrofe. Candidato pela primeira vez a presidente, ele não tinha certeza de que fosse eleito. Foi e ficou com o pepino na mão. Sem saber governar, jogou o país num buraco sem fim e o resultado está aí. Só que como muitos não querem dar a mão à palmatória procuram defender o indefensável. E quebram a cara! Jornalistas principalmente já foram demitidos de suas emissoras por defender, por exemplo, o tratamento precoce para a Covid-19 dentre outras asneiras. Vejam o Alexandre Garcia!
O próprio Bozo não acredita nas tolices que diz e prega. Nunca acreditou. Humilhado, pediu desculpas públicas ao STF e numa recente entrevista à revista Veja disse que não vai dar nenhum golpe e vai respeitar as eleições. Claro que não ia dar um golpe nele mesmo. Bolsonaro sempre foi do “sistema” e sempre com ele concordou. Por isso, se aliou ao Centrão e hoje é refém dele. Eleito por acaso, procura usar o cargo para ficar cada vez mais rico. Ele e toda a sua família. Enquanto isso, recebe elogios dos “traídos” seguidores que ainda acreditam nas palavras do “mestre”. Sarah Winter, Sérgio Reis, Zé Trovão, Roberto Jeferson, Daniel Silveira, Silas Malafaia, dentre tantos outros, vão pagar por cada besteira que disseram em nome do “Mito”. Muitos deviam mofar na cadeia. E o “Mito” não está nem aí. Talvez nem seja mais candidato prevendo a possível derrota em 2022. O Bozo nunca foi ditador, apenas um “Zé Ruela” qualquer.
*Foi Professor em Porto Velho.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2021/09/os-ditadores-nao-agem-sos-por-professor-nazareno,114056.shtml