RFI
Publicada em 27/10/2021 às 15h33
Quase 40% dos franceses não voltaram a frequentar locais de cultura durante a reabertura no verão do Hemisfério Norte, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo Ministério da Cultura da França para avaliar o impacto da crise sanitária nos programas e estruturas culturais.
Os resultados do relatório, realizado pelo instituto Harris Interactive e publicado nesta quarta-feira (27), demonstram uma tendência que confirma a grande crise no setor cultural francês. A pesquisa foi realizada entre 31 de agosto e 3 de setembro de 2021, antes mesmo da reabertura cultural.
"Foi em um momento em que a quarta onda da Covid-19 ainda estava muito presente na mente das pessoas e, portanto, no comportamento; não sabíamos se o início do ano letivo ocorreria em condições normais", disse Arnaud Roffignon, vice-diretor do instituto.
Entre os 88% dos franceses que foram a um local cultural em um ano "normal" [sem pandemia], 61% disseram ter retornado pelo menos uma vez a estruturas culturais desde a introdução do passaporte sanitário em 21 de julho, e 39% nunca mais voltaram a frequentar programas culturais.
Em detalhes, apenas 25% dos franceses assistiram a uma apresentação ao vivo (música, teatro, dança ou circo), 31% visitaram uma exposição ou museu, e apenas 41% deles retornaram aos cinemas.
Nos próximos meses, 30% dos entrevistados afirmaram que sua frequência em locais culturais provavelmente seria menor do que antes da pandemia, de acordo com a pesquisa realizada numa amostra de 3.025 franceses com 18 anos ou mais.
Medo de pegar ou transmitir covid
Outros impactos da crise sanitária na Cultura na França: 54% dos entrevistados disseram que ainda temem lugares movimentados pelo risco de pegar ou transmitir Covid, enquanto 46% se acostumaram a usar os meios digitais para acessar conteúdos culturais (filmes, exposições, shows etc.).
Quanto ao passaporte sanitário, 25% dos entrevistados indicaram que este seria um potencial obstáculo para um retorno às atividades culturais. Um segundo estudo será realizado em dezembro.
Roffignon indicou que atualmente, "estamos a par de uma certa atitude com tendência a esperar para ver, sem que isso se configure como uma tendência geral".
O diretor da Ópera de Paris, Alexander Neef, disse recentemente ao site do Forum Opera que as assinaturas de fidelização desta prestigiosa instituição caíram 45%.
A ministra da Cultura da França, Roselyne Bachelot, havia evocado há uma semana uma situação "contrastada ou indiferente", ao "afirmar que uma recuperação "começou".
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