Renê Dióz Rodrigues / AMAGGI
Publicada em 03/11/2021 às 09h00
A AMAGGI e outras 9 das maiores empresas globais de comércio e processamento agrícola do mundo emitiram uma declaração conjunta se comprometendo a um roteiro setorial da COP27 para uma ação aprimorada da cadeia de suprimentos em linha com a campanha Business Ambition for 1.5°C.
As 10 empresas – AMAGGI, ADM, Bunge, Cargill, Golden Agri-Resources, JBS, Louis Dreyfus Company, Olam, Wilmar and Viterra – gerenciam grandes volumes de comércio global das principais commodities agrícolas, incluindo mais da metade das exportações de soja brasileira e comércio de óleo de palma global. A declaração, anunciada na Cúpula dos Líderes Mundiais sobre Florestas e Uso da Terra na COP26, sinaliza o compromisso de tomar medidas coletivas urgentes para incluir outras partes interessadas em suas cadeias de abastecimento. O objetivo é identificar soluções em escala para progredir ainda mais na eliminação do desmatamento causado por commodities e na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
“Tendo reconhecido nosso papel como um dos maiores players mundiais do agronegócio, anunciamos recentemente novas metas ESG, bem como o novo compromisso 'Rumo a uma Cadeia de Grãos Livre de Desmatamento e Conversão', com ambições relacionadas a florestas, clima, ética, governança e direitos humanos. Aderimos à iniciativa da Science Based Targets (SBTi), por meio da Campanha Business Ambition for 1.5° C, e nos integramos ao Movimento Race to Zero da ONU, destacando a AMAGGI como a primeira empresa brasileira de grãos a perseguir tais ambições”, disse Judiney Carvalho, Presidente Executivo da AMAGGI.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas estima que 23% das emissões globais de GEE estão associadas ao uso da terra, incluindo 11% das emissões por desmatamento e conversão de ecossistemas naturais. O compromisso dessas empresas se baseia nas iniciativas existentes para definir um caminho para cumprir as metas de 1,5°C, trabalhando com outros atores da cadeia de suprimentos e governos. Esta colaboração se concentrará em como aumentar o apoio e incentivos a pequenos proprietários e agricultores, a rastreabilidade para fornecedores indiretos e controlar melhor as emissões de escopo 3.
A declaração conjunta foi precedida por uma reunião realizada em outubro, convocada pelo Enviado Especial Presidencial dos EUA para o Clima John Kerry e o Secretário de Estado do Reino Unido para o Departamento de Negócios, Energia e Estratégia Industrial (BEIS) Kwasi Kwarteng, apoiado pela Tropical Forest Alliance e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. A colaboração contínua para a COP27 será apoiada por esses atores.
Junto com o anúncio dessas 10 empresas, uma declaração conjunta de mais de 22 governos foi anunciada na COP26 por meio do Roteiro para Ação do Diálogo sobre Florestas, Agricultura e Comércio de Commodities (FACT). Esta declaração conjunta pede que os governos aumentem o comércio de commodities agrícolas sustentáveis enquanto protegem as florestas e outros críticos ecossistemas.
Evidências recentes mostram que não há um caminho para alcançar as metas de 1,5°C estabelecidas no Acordo de Paris sem interromper a perda de floresta e melhorar os meios de subsistência dos produtores. A declaração conjunta sinaliza um reconhecimento do papel crítico desempenhado pelas empresas que trabalham com commodities agrícolas.
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