AFP
Publicada em 12/11/2021 às 15h31
As "pessoas estão morrendo" na região de Tigré devido ao bloqueio que "a cerca quase totalmente", denunciou nesta sexta-feira (12) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, que nasceu nesta região da Etiópia que está em guerra com as autoridades federais.
"As pessoas morrem pela falta de mantimentos. Não podemos enviar alimentos nem remédios a Tigré porque há um bloqueio, e o bloqueio é sistemático", afirmou Tedros em uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça.
Foram poucas as ocasiões em que o diretor-geral da organização fez comentários tão diretos sobre o conflito, que lhe afeta pessoalmente, e que começou há pouco mais de um ano, quando o primeiro-ministro Abiy Ahmed lançou uma ofensiva na região contra o poder local da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF, na sigla em inglês).
"Sem medicamentos, as pessoas morrem. Sem comida, as pessoas passam fome. Sem telecomunicações, as pessoas ficam isoladas do mundo. Sem gasolina, sem dinheiro em efetivo... então, trata-se de um bloqueio", assinalou Tedros.
Além disso, o diretor-geral da OMS não se limitou a criticar a situação sanitária, mas também denunciou "o preconceito racial e as milhares de prisões" das quais os habitantes de Tigré são vítimas em todo o país.
Desde 18 de outubro, nenhuma ajuda chegou por rodovia a Tigré, e 364 caminhões estão bloqueados na capital regional de Afar, "à espera da aprovação das autoridades para proceder", informou na quinta-feira (11) a ONU em seu relatório semanal sobre a situação humanitária.
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