Agência Brasil
Publicada em 16/11/2021 às 08h46
O presidente da China, Xi Jinping, pediu ao presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, o desenvolvimento de relações "sãs e estáveis". Eles conversaram durante reunião virtual .
Xi Jinping afirmou que "China e Estados Unidos devem respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, cooperar, gerir de forma apropriada os assuntos internos e assumir as suas responsabilidades internacionais", de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
O presidente chinês disse "estar preparado" para trabalhar com Joe Biden na hora de "construir consensos" e "dar passos" para recuperar as relações bilaterais.
Biden destacou a necessidade de existirem salvaguardas para evitar conflitos entre os dois países, dado que "a competição entre ambos não deve transformar-se em um conflito, intencional ou não", no momento em que se acumulam disputas entre Washington e Pequim, sobre Taiwan, comércio e direitos humanos.
A conversa entre os dois líderes começou às 19h45 (horário de Washington).
Tanto na capital norte-americana quanto em Pequim, as expectativas são moderadas em relação ao diálogo, que não deverá conduzir a "resultados concretos", indicou a Casa Branca.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Zhao Lijian afirmou, nessa segunda-feira, que os dois líderes têm uma troca de pontos de vista franca, profunda e abrangente sobre a relação bilateral, que se encontra em um "momento crítico".
Taiwan
A reunião virtual entre os dois líderes das maiores potências mundiais ficou marcada pelos alertas em relação à questão de Taiwan. O presidente chinês avisou que qualquer apoio à independência do território, por parte dos Estados Unidos, seria "brincar com o fogo". Por sua vez, o presidente norte-americano adiantou que Washington "opõe-se veementemente" às tentativas de Pequim em alterar o "status quo" no Estreito de Taiwan.
Intervir na questão de Taiwan seria “brincar com o fogo” e “quem brinca com o fogo queima-se”. São as palavras fortes de aviso do presidente chinês, que disse estar disposto a adotar “medidas decisivas” caso Taiwan insista na independência para lá das linhas vermelhas de Pequim.
"As autoridades de Taiwan tentaram repetidamente contar com os EUA para alcançar a independência, e algumas forças políticas nos Estados Unidos estão a tentar usar Taiwan para conter a China. Esta é uma tendência muito perigosa, que equivale a brincar com o fogo", alertou Xi Jinping, de acordo com um comunicado emitido pelo Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
Os dois líderes realizaram a primeira reunião, por videoconferência, desde que Joe Biden chegou à Casa Branca, no início deste ano. A questão de Taiwan acabou por dominar o diálogo, que se estendeu por três horas e meia, muito além do previsto.
Nos últimos meses, o presidente norte-americano destacou, em duas ocasiões, o compromisso do país de defender Taiwan no caso de um ataque por parte da China. No encontro, Biden advertiu que os EUA se opõem veementemente a qualquer "tentativa unilateral de mudar o status quo ou minar a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan.
O presidente norte-americano garantiu que os EUA continuam comprometidos com a política de “uma China”, que reconhece apenas a existência um Estado soberano. Frisou que os dois países têm a responsabilidade de garantir que a rivalidade entre ambas as nações não leve para um conflito aberto.
Desde 1949, China e Taiwan vivem como territórios autônomos e em clima de tensão. O governo nacionalista chinês refugiou-se na ilha após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Nos últimos anos, Pequim tem ameaçado avançar com o uso da força para travar a independência formal do território.
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