G1
Publicada em 22/11/2021 às 14h40
O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou nesta segunda-feira (22) que o aumento do desmatamento na Amazônia é "inaceitável" e que é preciso uma atuação "contundente" dos órgãos públicos contra os crimes ambientais.
Joaquim Leite deu as declarações ao conceder entrevista sobre a COP26, conferência do clima organizada pelas Nações Unidas neste mês em Glasgow (Escócia).
Na semana passada, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que a área desmatada na Amazônia passou de 13.235 km² entre agosto de 2020 e julho de 2021, o que representou aumento de 22% no desmatamento.
"É hora de agir na nossa principal fragilidade, que é o desmatamento ilegal", afirmou Leite nesta segunda.
"Vamos — diante dos números inaceitáveis do desmatamento que foram anunciados na semana passada —, junto com o ministro Anderson [Torres, da Justiça], de forma integrada, Ibama, ICMBio, Força Nacional e Polícia Federal, atuar de forma contundente para eliminar os crimes ambientais, especialmente na Amazônia", acrescentou.
Mais cedo, também nesta segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia, disse ser preciso "manter a pressão nas operações" de combate a crimes ambientais.
"Tem que manter a pressão nas operações, né? Mas, também, tem que avançar os outros aspectos, senão a gente não consegue resolver o problema", afirmou
O documento do Inpe com o resultado do desmatamento tem a data de 27 de outubro de 2021, dias antes do início COP26.
Entidades que atuam na área ambiental afirmam que houve "omissão" do governo em relação aos dados, tentando evitar críticas ao Brasil durante a COP 26. Para as entidades, trata-se de um "escândalo".
O governo, por sua vez, nega que tenha tido acesso ao levantamento antes da conferência. "Eu tive contato no mesmo dia que vocês tiveram contato", declarou Leite a jornalistas nesta segunda-feira.
Dado é 'surpreendente'
Também presente à entrevista coletiva na qual estava Joaquim Leite, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, afirmou que o anúncio do recorde de desmatamento na Amazônia é "surpreendente".
"Diante do recente e para nós surpreendente anúncio de elevação do desmatamento na Amazônia, faço questão, logo de início, de deixar claro desde já nosso pleno empenho no cumprimento dos compromissos anunciados", disse o chanceler.
Monitoramento
Nesta segunda, oministro do Meio Ambiente disse que será reforçada a atuação contra crimes ambientais na Amazônia.
"Estamos presentes hoje em 23 municípios de forma permanente e ostensiva, para inibir o crime e não chegar lá após árvore cortada" afirmou.
Nos últimos meses, o governo empregou militares para evitar o aumento de crimes ambientais na Amazônia por meio da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
A operação foi autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro no final de julho e tinha previsão de se encerrar em 31 de agosto.
O governo, no entanto, decidiu prorrogar por mais 45 dias e anunciou o fim da medida no final de outubro.
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