Rondoniadinamica
Publicada em 27/11/2021 às 09h02
Porto Velho, RO – Talvez demore um pouco mais do que o previsto pela maioria, mas a crise do Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2) irá passar.
Como todas as desordens sanitárias que se aplacaram por si; ou com medicamentos; vacinas e demais estratégias de reforço imunológico.
Ainda é questão de tempo.
O que não passa, no fim das contas, é a história: especialmente a biografia dos homens públicos contemporâneos à enfermidade.
Alguns deles não se envolveram, ficaram em cima do muro e resolveram optar pela covardia em vez do combate; isto a despeito de, eventualmente, se sentirem compelidos a bater de frente com o próprio eleitorado.
Na Hora H, desistiriam, pensando na famigerada reeleição, em ficar bem com os negacionistas, por exemplo, que formam um grande grupo antivacina, responsável, inclusive, pelo retorno da patologia em grande escala em terras rondonienses.
A esses, a lata do lixo da memória do povo será o único destino plausível: mas, futuro pior do que o destinado aos meio-boca, está em formação pavimentando a ruína daqueles que de fato se aliaram à doença.
O Projeto de Lei apresentado pelo deputado Eyder Brasil, do PSL, visando a proibição do Passaporte de Vacina contra o Coronavírus, já aprovado, inclusive, ignora completamente a realidade.
São mais de 400 mil pessoas, segundo o secretário de Estado da Saúde (Sesau/RO), o médico Fernando Máximo, que não voltaram para tomar a segunda dose do imunizante.
Máximo disse que 80% das pessoas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) atualmente, neste retorno triunfal do vírus, ou não tomaram vacina ou deixaram de completar o ciclo vacinal.
Até o senador Marcos Rogério, do DEM, subalterno do bolsonarismo, veiculou postagem em seu Facebook ao lado do ministro da Saúde Marcelo Queiroga defendendo a vacinação.
Como resposta, por alimentar essa audiência formada em boa parte por gente limítrofe e hidrófoba, recebeu feedback negativo, sendo, pela primeira vez, mais criticado que ovacionado ao defender o correto de maneira quase inédita.
Rogério sentiu na pele os efeitos de excursionar pelo meio da nata da insanidade: você não controla um cachorro com raiva, e esta uma lição que ele irá levar para a vida.
Já Eyder, lado outro, é um exemplo de quem não aprendeu muita coisa: há pouco, no debate do primeiro turno pela Prefeitura de Porto Velho, apontou o dedo indicador em riste culpando terceiros pela morte de um familiar em decorrência de complicações causadas pela COVID-19.
Como réplica, fora acusado de conservar comportamentos negacionistas, ignorando o vírus e seus efeitos catastróficos: o resultado de sua incursão ele pôde observar em primeira mão quando as urnas foram abertas.
A doença voltou com tudo. E agora a sociedade tem de lidar com o surgimento de uma nova cepa, ainda mais preocupante do que a delta, a variante omicron.
É de suma importância defender direitos e liberdades individuais, deste que estas não estejam circunscritas num contexto pandêmico em que mais de cinco milhões de pessoas no mundo já perderam a vida. Em situações assim, a proteção do coletivo fala muito mais alto, e não dá para se aliar à ignorância.
Então, caro político de Rondônia – e isto vale para todos –, como você quer entrar para a história: citado na condição de agente que tomou iniciativas impopulares, porém corroborou com a contenção da desgraça; ou um mencionado com status de aliado da doença e seus perpetradores?
Pense nisso!
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