RFI
Publicada em 10/01/2022 às 15h11
A grave situação epidêmica na Itália levou o governo a introduzir novas restrições para controlar as contaminações pelo SARS-CoV-2. As medidas entram em vigor nesta segunda-feira (10) e impedem que os não imunizados frequentem restaurantes, se hospedem em hoteis ou viajem de avião dentro do país.
A obrigação não atinge as pessoas que se recuperaram recentemente da Covid-19 e visa principalmente controlar o aumento dos novos casos entre a população não vacinada, incluindo crianças. Mais de 86% dos maiores de 12 anos foram imunizados e apenas de 15% das crianças de cinco a 11 anos receberam a primeira dose.
A abertura das escolas nesta segunda-feira gerou debate dentro do governo, já que os diretores das escolas e o sindicato de médicos pediram que a volta às aulas fosse adiada em pelo menos 15 dias.
O virologista Massimo Galli, do Hospital Sacco de Milão, classificou a abertura das escolas como uma decisão "imprudente e injustificada". Para o especialista em saúde pública Walter Ricciardi a situação na Itália é "explosiva".
Mais de 1.000 municípios decidiram manter as escolas fechadas, segundo a imprensa local. As máscaras PFF2 são obrigatórias em teatros, cinemas, estádios esportivos e em todos os meios de transporte público.
As regras valem até o dia 31 de março e a única exceção será feita para os moradores de ilhas do país, que até o dia 10 fevereiro poderão usar barcos e aviões apresentando um teste negativo, por razões de saúde ou educação.
A Itália foi o primeiro país europeu afetado pelo coronavírus, no início de 2020, e registra cerca de 140.000 mortes pela doença. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 138 mil infecções diárias vêm sendo registradas desde o dia 4 de janeiro, o maior índice desde o início da epidemia. Por isso, na semana passada, o governo determinou a vacinação obrigatória para todas as pessoas maiores de 50 anos.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, poderá anunciar novas medidas ainda nesta segunda-feira.
Papa pede ampliação da vacinação
O papa Francisco pediu nesta segunda-feira (10) à comunidade internacional que continuasse "os esforços" para vacinar a população e combater as "notícias sem fundamento" sobre o coronavírus.
"É importante que os esforços continuem para imunizar a população o máximo possível. Isso requer um compromisso em nível pessoal, político e da comunidade internacional em seu conjunto", afirmou o pontífice em seu tradicional discurso no início do ano.
O papa também pediu às pessoas tomassem cuidado com as "fake news", pedindo que elas enfrentassem a realidade. "Infelizmente, cada vez mais constatamos como vivemos em um mundo de fortes contrastes ideológicos. Muitas vezes nos deixamos influenciar pela ideologia do momento, geralmente baseada em notícias sem fundamento ou em fatos pouco documentados", disse a embaixadores e representantes dos 183 países credenciados à Santa Sé.
Cura de realidade
"A pandemia nos impõe uma espécie de 'cura da realidade', que requer enfrentar o problema e adotar os remédios adequados para resolvê-lo", alertou o pontífice."As vacinas não são uma solução mágica para a cura, mas representam certamente, junto aos tratamentos que estão sendo desenvolvidos, a solução mais razoável para a prevenção da doença", explicou.
O pontífice argentino, de 85 anos, se pronunciou várias vezes a favor das campanhas de vacinação contra a Covid-19 e voltou a pedir "que as regras de monopólio não constituam mais obstáculos à produção e a um acesso organizado e coerente aos tratamentos a nível mundial".
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