AFP
Publicada em 28/01/2022 às 10h50
Seis foguetes foram disparados na madrugada desta sexta-feira (28) contra o aeroporto de Bagdá, sem causar vítimas, mas sim danos a um avião civil, no mais recente de uma série de ataques que os Estados Unidos costumam atribuir a facções pró-iranianas.
Esses atos, que nunca são reivindicados, são geralmente direcionados aos interesses dos Estados Unidos e das tropas da coalizão internacional antijihadista no Iraque, cuja saída é exigida por grupos armados favoráveis ao Irã.
Os seis foguetes caíram no estacionamento e nas pistas. Um avião civil, que estava vazio, foi atingido e danificado.
Uma fonte confirmou que o ataque foi executado com seis drones contra as instalações civis do aeroporto.
A aeronave atingida é um Boeing 767 da companhia aérea iraquiana Iraqi Airways que passava por reparos, segundo outra fonte do aeroporto.
A companhia aérea postou nas redes sociais fotos do avião danificado, que apresentava um enorme buraco perto da cabine. Segundo a empresa, o avião já estava "fora de serviço" e imobilizado em terra. A empresa informou ainda que os voos não serão afetados.
Nenhum grupo assumiu a autoria do ataque até o momento.
Nas últimas semanas, os lançamentos de foguetes, ou ataques com drones, atingiram a denominada e superprotegida "Zona Verde", onde fica a embaixada dos Estados Unidos.
De acordo com uma fonte da coalizão, em 3 de janeiro, os militares dos EUA derrubaram dois drones armados. Estes artefatos teriam como alvo uma zona diplomática americana instalada no aeroporto de Bagdá e bases onde as tropas da coalizão estão estacionadas.
Em 13 de janeiro, três pessoas - incluindo duas crianças - ficaram feridas por um foguete que atingiu uma escola na "Zona Verde".
Ao mesmo tempo, outros dois foguetes caíram no complexo da embaixada dos Estados Unidos, sem deixar feridos.
Em 9 de dezembro, o Iraque anunciou o "fim da missão de combate" da coalizão, que, no entanto, mantém tropas em território iraquiano para tarefas de treinamento e assessoria.
Na prática, cerca de 2.500 soldados americanos e outros mil soldados dos países-membros da coalizão estão mobilizados no Iraque, distribuídos em três bases administradas pelas Forças Armadas iraquianas.
A onda de ataques se intensificou desde o início do ano, com o Irã e vários grupos aliados marcando o segundo aniversário do assassinato do general iraniano Qassem Soleimani e de seu braço direito iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis. Ambos foram abatidos por um drone dos EUA no Iraque, em 3 de janeiro de 2020.
Esta sequência de ofensivas também se dá em um tenso contexto pós-eleitoral, caracterizado por negociações intermináveis para formar uma coalizão parlamentar, nomear um primeiro-ministro e compor um novo governo.
Na última terça-feira (25), três foguetes caíram perto da casa do presidente do Parlamento iraquiano, Mohamed al-Halbusi, que renovou seu cargo para um segundo mandato.
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