Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 19/03/2022 às 10h29
O prazo para que deputados federais e estaduais troquem de partido, sem a possibilidade de perder o mandato por infidelidade partidária terminará no primeiro dia de abril. Os parlamentares têm pouco mais de uma semana para decidirem, mas a sucessão estadual também vem ganhando espaço nos bastidores da política regional, pela sua importância para o futuro do Estado.
As convenções partidárias para escolha dos candidatos a presidente da República, governadores, uma das três vagas ao Senado dos Estados e Distrito Federal, além de Câmara Federal e Assembleias Legislativas, estão se aproximando (20 de julho a 5 de agosto). Os dirigentes partidários estão tendo muitas dificuldades para comporem o quadro de candidatos, devido ao fim das coligações. Hoje é possível somente as federações, que favorece a parceria, mas sem a soma de votos, além de fidelidade para os próximos 4 anos, e a decisão do diretório nacional com os parceiros tem que ser seguida pelos diretórios regionais. É mais problema que solução.
Rondônia tem cinco pré-candidatos à sucessão estadual, nomes que provavelmente deverão ser confirmados nas convenções. Três já decidiram. Um deles o governador Marcos Rocha (União Brasil), pré-candidato à reeleição, o ex-deputado federal e presidente regional do PT, Anselmo de Jesus, e o advogado e professor universitário, Vinícius Miguel (Cidadania), que comunicaram publicamente que estarão na disputa.
O senador Marcos Rogério, que preside o PL em Rondônia afirmou durante a semana, que é pré-candidato a governador. Seu nome estava sendo cotado para uma das vagas a ministro, das onze que estarão disponibilizadas, porque os titulares concorrerão nas eleições deste ano e eles têm que se desincompatibilizarem. Rogério disse em entrevista na Rádio Planalto de Ji-Paraná, que é pré-candidato a governador.
A pré-candidatura de Marcos Rogério poderá ter na chapa o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho, que deixou recentemente o MDB e se filiou ao PTB, como vice. Maurão é liderança consolidada no Estado, com passagens pela Prefeitura de Ministro Andreazza, vários mandatos de deputado estadual e duas vezes presidente da Ale-RO.
O MDB tinha como certa a pré-candidatura a governador do senador Confúcio Moura, que já ocupou o cargo em dois mandatos seguidos. Confúcio comunicou em live, que não disputará as eleições deste ano. O MDB ignorou o ex-presidente da Ale, Maurão de Carvalho, que concorreu a governador em 2018 e somou mais de 170 mil votos. Agora corre atrás de um nome.
O prefeito-reeleito de Jaru, João Gonçalves Júnior, do PSDB, foi convidado em 2021, pelo presidente regional do MDB, deputado federal Lúcio Mosquini, a se filiar ao partido e concorrer a governador. Recusou. Recentemente as conversações estavam concentradas no presidente regional do Podemos, deputado federal Léo Moraes, mas antes de uma resposta Confúcio usou a mídia, para dizer que a ex-secretária de Estado da Educação, no seu governo, Fátima Gavioli, hoje no mesmo cargo em Goiás, poderia ser a candidata ideal.
Como o nome de Gavioli não empolgou as lideranças emedebistas, as conversações com Léo Moraes foram retomadas, mas por enquanto, nada de concreto. Como a possibilidade de mudança de partido terminará no próximo dia 1º, MDB e Léo Moraes devem decidir. É importante destacar, que no MDB, Léo terá recursos financeiros do Fundo Partidário mais que suficientes para a campanha, facilidade que não tem no Podemos, mesmo com a possibilidade de o ex-juiz Sérgio Moro candidatar-se à presidência da República.
Também se comenta que Léo negocia com o PP, partido presidido pela deputada federal Jaqueline Cassol, irmã do ex-governador Ivo Cassol, que está inelegível, mas é comprovadamente bom de voto.
O PT busca recuperar o que perdeu no governo da presidente da República, Dilma Rousseff, que sofreu processo de impeachment em 2016 e foi cassada. Anselmo de Jesus pilota sua pré-candidatura a governador, na esperança de as pesquisas, que colocam o ex-presidente Lula na dianteira na sucessão presidencial sejam confirmadas nas urnas em outubro próximo. Anselmo não tem máculas na política regional e promove uma reformulação no partido.
O nome político mais badalado nos últimos meses foi do ex-secretário de Agricultura de Porto Velho, Vinícius Miguel, do Cidadania. Inclusive, que estaria de mudança para o PDT. Após deixar o cargo em fevereiro último Vinícius admitiu publicamente uma pré-candidatura a governador, cargo que ele disputou em 2018 e, de forma surpreendente somou mais de 110 mil votos ficando na quarta colocação. Nas últimas semanas pouco se comentou sobre seu futuro político. Estranhamente Vinícius Miguel desapareceu do noticiário político. Estratégia? Mas é um nome a ser considerado na sucessão estadual.
Trabalhando com projetos crescentes na administração e de enorme repercussão social, o governador Marcos Rocha formata de forma decidida sua pré-candidatura à reeleição. Projetos como “Tchau Poeira”, “Porteira Aberta”, “Governo na Cidade”, “Prato Feito”, “Governo no Campo”, além de outros não menos importantes estão sendo firmados com as prefeituras. Vários prefeitos estão se filiando ao União Brasil, que é presidido no Estado pelo governador Marcos Rocha.
O relacionamento aberto com prefeitos e lideranças políticas adversárias, além do apoio da maioria dos deputados estaduais também somam pontos positivos para Marcos Rocha. É um nome em processo de fixação política e em ascensão perante a população.
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