Sérgio Pires
Publicada em 24/03/2022 às 07h53
GOVERNO TROCA PELO MENOS CINCO SECRETÁRIOS QUE VÃO DISPUTAR VAGAS NA ASSEMBLEIA E CÂMARA FEDERAL
Não é só o presidente Bolsonaro que fará uma ampla reforma ministerial, exatamente daqui a oito dias. O governador Marcos Rocha perderá, para a eleição deste ano, nada menos do que quatro dos seus mais importantes secretários. Todos eles vão andar pelo caminho das urnas, buscando vagas para a Assembleia Legislativa, mas principalmente para a Câmara Federal. Os bastidores da política regional apontam para mudanças no comando da Secretaria de Educação do Estado, onde o professor Suamy Vivecananda, que comandou com sucesso o setor, deixa o cargo para assumir a disputa à ALE. Para trilhar o mesmo caminho de Suamy, em busca de chegar à Assembleia, estaria se preparando o secretário Jobson Bandeira, da Sejucel, área do governo para a juventude, esportes e lazer.
Já o secretário Fernando Máximo, com números impressionantes na saúde, mesmo com a pandemia, embora tenha dito várias vezes não ter pretensões eleitorais, agora atendeu pedido do Governador e vai sim entrar na luta pela Câmara. O terceiro nome é o do secretário da Agricultura, Evandro Padovani.
Ele já primeiro suplente da bancada federal e vai para a segunda tentativa de chegar ao Congresso. O quarto pretendente, em nível de secretário, é Elias Rezende, o poderoso diretor do DER, também concorrente à Câmara e que, durante sua gestão, conseguiu dar uma boa melhorada na estrutura das rodovias estaduais. Há ainda outros secretários que podem tentar a troca do Executivo pelo Legislativo, mas, ao menos por enquanto, são estes os nomes dos que podem cair fora das suas funções, cumprindo a legislação eleitoral, para concorrer.
Quem serão os interinos, que ficarão no posto pelo menos até meados de outubro ou, no máximo, até 31 de dezembro? O governador Marcos Rocha, consultado por este Blog, preferiu não comentar nada, por enquanto. O que se sabe é que as cobiçadas secretarias, algumas delas com os maiores orçamentos do governo, estão em rota de negociações políticas com aliados, como o prefeito Hildon Chaves e, ouve-se, haveria conversas até com o ex-governador e ex-senador Ivo Cassol, embora, é claro, ninguém confirme tais elucubrações da nossa política. Rocha tem algumas exigências para escolher seus novos secretários, claro e algumas indicações já teriam sido vetadas pelo Chefe do Executivo, por não estarem dentro da sua forma de governar e da filosofia que implantou na sua administração.
Até porque, enquanto as cúpulas partidárias conversam, tentam aproximações, algumas até surpreendentes, são suas lideranças que vão buscando acomodação, cada um querendo viabilizar sua própria candidatura. Todas as mudanças no governo passarão, pois, por longas negociações políticas, porque agora só há uma linguagem: a da eleição que se aproxima.
E se o 31 de março é o Dia D para a saída de candidatos de seus cargos, para disputar o pleito, o dia seguinte, o famoso 1º de abril (e isso não é mentira!), fecha a janela do troca-troca de partidos. Enfim, o funil está chegando. Outubro é logo ali!
A PALAVRA “NEGOCIAÇÃO” NA POLÍTICA SÓ ASSUSTA QUEM A USA NO PIOR SENTIDO!
Os políticos não gostam que se fale em “negociações políticas”, porque os termos podem dar conotação negativa. Não precisariam temer essa afirmação, caso muitos deles não estivessem enrolados em “negociações” no pior sentido da palavra. Mas, a melhor expressão para relatar o que está acontecendo, é realmente essa. Gabinetes fervem, portas são fechadas em salas que reúnem conversas eventualmente num tom baixo, mas de vez em quando acima com tom áspero, acima do normal, resumem comemorações e desespero, neste pacote de negociações que estão em andamento, nestes dias decisivos da pré-eleição deste ano. Brasília fervilhava nesta semana. Nomes importantes da política rondoniense também estiveram por lá, para tentarem voltar com alguma decisão definitiva, sobre como cada um desses personagens atuarão neste pleito. As negociações envolvem as mudanças ministeriais que serão definidas pelo presidente Bolsonaro e que, terão sim, influência nas eleições estaduais. Podem influir inclusive aqui no nosso Estado. As decisões estão acontecendo, o que pode definir candidaturas, acordos, federações e até rompimentos. O 1º de abril marca também outra data importante: o fechamento da janela para o maior troca-troca de partidos da história, desde a democratização do país.
MDB CONSEGUE COOPTAR THIAGO FLORES, QUE FORMARÁ DOBRADINHA COM MOSQUINI. AMBOS TÊM CHANCES REAIS NA ELEIÇÃO
As acomodações partidárias levam políticos bons de voto uma hora para um lado, outra para o outro, até que feche a janela da troca de partidos. O caso do ex-prefeito de Ariquemes, Thiago Flores, é sintomático. Candidato à Câmara Federal, ele primeiro se aliou ao Republicanos. Quando surgiu uma possibilidade que lhe pareceu com maiores chances de eleição, Thiago aceitou convite para ir para o Avante, partido no Estado presidido pelo deputado estadual Jair Montes. Nesta semana, antes que a janela feche, Thiago buscou outro caminho: está ingressando no MDB, a convite do presidente do partido, Lucio Mosquini. A dupla certamente vai à busca de duas vagas para o partido, que ainda é o maior do Estado. A questão agora, que dá a complexidade à eleição deste ano, é conseguir formar uma chapa em que os demais candidatos aceitem servir de escada para os dois nomes, potencialmente muito fortes, que, caso a sigla alcance duas vagas, certamente seriam os eleitos. Esse, aliás, é o mesmo drama de outros partidos e federações: ninguém quer ser parceiro numa nominata em que exista um ou mais candidatos fortíssimos. Parlamentares como a pedetista Silvia Cristina, de Ji-Paraná, enfrentam problema semelhante. O presidente do PSD, Expedito Netto, também está neste pacote. Quem quer entrar numa relação para apenas servir de escada?
REDANO SE REÚNE COM FACHIN E ALEXANDRE DE MORAES PARA TRATAR DO FUNDO ELEITORAL A DEPUTADOS
Uma das primeiras reuniões do novo presidente do Colegiado Permanente de Presidentes das Assembleias Legislativas do Estado, o deputado Alex Redano, foi no sentido e uma atuação em defesa dos parlamentos e da luta pela democracia. Junto com o presidente da União Nacional dos Legisladores (Unale), deputado Lídio Lopes, do Mato Grosso do Sul, Redano se reuniu com ministros do TSE, para reivindicar a necessidade de uma distribuição equânime do fundo eleitoral, pauta defendida pela Unale e pelo Colegiado. A reunião foi com o presidente do TSE, ministro Edson Fachin e o vice Alexandre de Moraes. A destinação proporcional dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha foi o tema central do encontro. Lidio e Redano, em nome das entidades que representam, defenderam a destinação específica de parte do fundo para os parlamentares estaduais, solicitando que o TSE atue para assegurar esse direcionamento. “Existe uma desproporção muito grande, principalmente em partidos onde não há deputados federais eleitos, o que prejudica os parlamentares estaduais. Por isso, precisamos nos unir e ter uma cobrança mais ativa no Congresso Nacional e assim garantir os recursos necessários para manter o equilíbrio institucional”, destacou o presidente Alex Redano. O presidente da Assembleia rondoniense se transformou numa figura política nacional, quando eleito como presidente da entidade que representa as 27 Assembleias Legislativas do país.
VINICIUS CONVERSA, OUVE E DIZ QUE SUA PRIORIDADE AINDA É A DISPUTA PELO GOVERNO
Foram quase 70 mil votos em Porto Velho. Mais de oito mil em Cacoal; outros quase seis mil em Ji-Paraná; quatro mil em Ariquemes; 3.100 em, Vilhena; 2.200 em Rolim de Moura. No total, teve voto nos 52 municípios. Vinicius Miguel, sozinho, sem estrutura partidária, sem dinheiro e praticamente como um Dom Quixote solitário lutando contra poderosos moinhos, conseguiu nada menos do que 110.585 votos. Quatro anos depois, mais vivido, mais experiente, mas ainda num partido pequeno, o professor da Unir e advogado, batalha para que seu nome se concretize no rol de candidaturas viáveis ao Governo. Num longo texto publicado nas redes sociais, esta semana, Vinicius afirma que “tudo é precoce, por agora. Há tempo de semear e de colheitas. As indefinições são parte do atual processo, que é intenso e dinâmico”. Destacou ainda que “apesar de muita especulação, persisto no projeto de disputar o Governo do Estado. E, se Deus assim querer, que seja a vontade Dele. Para tanto – prosseguiu- tenho buscado interlocução com atores políticos, com a imprensa e segmentos sociais. Sobretudo, como sempre fiz, tenho falado com a sociedade civil e mais que tudo, ouvido ativamente as demandas e reclames da poulação”. O representante do Cidadania concluiu suas palavras informando: “anúncios e decisões farei por mim mesmo”, ou seja, dando um chega para lá na especulações.
IMPOSTO ZERO PARA IMPORTAÇÃO DE QUEIJO PODE ACABAR COM A PRODUÇÃO DE LEITE EM RONDÔNIA
Os mais de 28 mil produtores de leite de Rondônia, que já diminuíram em quase 50 por cento sua produção nos últimos anos (eram 3 milhões de litros e hoje são 1 milhão e 500 mil litros/dia), andam vivendo dias de desespero. Além do preço aviltado que os produtores recebem pelo litro, dos laticínios, mais uma derrota a eles foi determinada por uma decisão do governo federal. O Ministério da Economia decidiu zerar os impostos sobre importação do queijo, o que causaria uma grave e quase mortal ação contra a produção nacional do queijo, que, no Brasil, é derivado, em grande parte, do leite rondoniense. Ou seja, com tal posição, haverá mais um grave prejuízo ao setor, com risco real de que milhares de rondonienses, que vivem da produção de leite, já afetados por uma série de decisões governamentais que os prejudicam há longo tempo, desistam dos seus negócios. O presidente da Associação dos Produtores do Estado, Rui Barbosa, participou do programa dos Dinossauros na Rádio Parecis FM (meio dia às 14 horas, de segunda a sexta-feira), pedindo socorro à bancada federal e ao governo de Rondônia, para que ajudem a reverter a decisão que pode ser desastrosa para milhares de famílias que dependem do leite no Estado. A deputada federal Jaqueline Cassol já agendou reunião com a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, para tratar deste assunto. A situação do setor vem piorando ano a ano e, com mais este duro revés, poderá ser colocada uma pá de cal na produção leiteira do Estado. Com o perdão do trocadilho, desse jeito não haverá leite derramado para se chorar.
JÁ TEMOS POUCO VOOS E AGORA PERDEMOS MAIS UM. LATAM CORTA ROTA PORTO VELHO-MANAUS ATÉ JUNHO, PELO MENOS
Os voos de Porto Velho para outras Capitais já são escassos. Agora, para piorar a situação, perdemos mais um. A Latam está cortando, ao menos por algum tempo, o voo diário para Manaus, que saía sempre lotado, tanto no sentido da ida quanto da volta. A empresa aérea alega que o aumento vultoso no preço dos combustíveis (a querosene de avião), também afetado pela guerra de invasão da Rússia contra a Ucrânia, atingiu todo o sistema aéreo. A Latam cortou outras 20 linhas, a maior parte delas até o mês de junho, pelo menos. Os demais voos da empresa com saída e chegada no aeroporto internacional Jorge Teixeira, estão mantidos, por enquanto. Não foi apenas Porto Velho que ficou com este prejuízo. A Latam cortou também voos importantes como Porto Alegre-Curitiba e Manaus Belém, entre tantas rotas onde seus aviões sempre tem uma alta taxa de ocupação. Já a Azul e a Gol, as outras grandes empresas nacionais que tem voos para cá, continuam, ao menos até agora, com suas rotas normais. Felizmente, para nós, Azul e a Gol continuarão com seus voos normais nesta rota para Manaus. Aliás, aproveitando o ensejo, vale a pergunta: quando, afinal, nosso aeroporto terá cara de internacional e não só o nome pomposo, que nada tem a ver com sua realidade?
PCC ACABA COM A CRACOLÂNDIA, ONDE AUTORIDADES NUNCA RESOLVERAM NADA, DURANTE QUASE DUAS DÉCADAS
Enquanto entidades sociais se perdem em discursos sem fim; enquanto a legislação proíbe que se acabe com o consumo de drogas e internamento obrigatório dos viciados, para tratamento e as autoridades se perdem em debates sem fim, o crime organizado resolveu agir. E está resolvendo a situação, a seu modo, é claro! O Primeiro Comando da Capital (PCC) ordenou – e os viciados, que nunca deram bola para a polícia ou quem quer que seja que represente a lei, acataram logo, porque são drogados, mas não são bestas – e a famosa Cracolândia está acabando. Ela mesmo, aquela área da Capital paulista dominada pelo vício, pela decadência de centenas de vida, expostas à tragédia das drogas e onde a autoridade nada resolve, já que a área sempre pertenceu aos traficantes. Agora, contudo, o PCC botou ordem na casa e determinou que a Cracolância não exista mais. Quer que os viciados se espalhem em pequenas áreas, para que se torne mais difícil a ação da polícia, que, aliás, só tem algum resultado, quando prende em flagrante alguém vendendo drogas. É mais um tapa na cara do Brasil, esta terra cujas leis vivem no mundo ideal dos sonhos. Uma vergonha para quem quer um país onde viciados precisam de tratamento e traficantes apodreçam na cadeia. O PCC sim, este tem o poder!
CONFÚCIO E PRATA: ENCONTRO CASUAL E LEMBRANÇAS DA LUTA PARA TRAZER O HOSPITAL DO AMOR A PORTO VELHO
Foi um encontro de dois nomes importantes para Rondônia, mas, antes de tudo, a casualidade colocou juntos dois grandes amigos. No aeroporto de Porto Velho, o ex-governador hoje senador Confúcio Moura encontrou-se com o diretor do Hospital do Amor, dr. Henrique Prata. Testemunhou a rápida reunião entre os dois, o médico Jean Negreiros, que dirige o grande hospital do câncer de Porto Velho. Aqui, são atendidos doentes não só do nosso Estado, como de vários outros da região norte, além de pacientes vindos da Bolívia. No bate-papo, além da troca de gentilezas, Prata lembrou do enorme esforço feito pelo então governador de Rondônia para que a unidade do Hospital fosse aqui implantada. Prestes a completar uma década do início da construção e cinco anos d e funcionamento da gigantesca obra na Capital dos rondonienses (foi inaugurada em 17 de novembro de 2017, com a presença do então presidente Michel Temer), o Hospital do Amor já salvou centenas de vidas. Henrique Prata, num vídeo gravado no aeroporto Jorge Teixeira, homenageou Confúcio novamente, afirmando que o então governador fez o possível e o impossível para que o hospital fosse erguido, “graças ao seu grande amor por Rondônia!”. Num momento de descontração da conversa, Confúcio cobrou de Prata o fato de ter lhe “roubado” e nunca mais devolvido, o dr. Jean Negreiros, que continua como membro da maior importância do Hospital do Amor.
PERGUNTINHA
O que você achou da frase do ex-governador paulista e ex-tucano e ex-inimigo do PT, Geraldo Alckmin, afirmando que o ex-presidente Lula “representa a própria democracia, porque ele é fruto da democracia" ?
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