EFE
Publicada em 26/03/2022 às 09h41
O presidente da França, Emmanuel Macron, destacou na sexta-feira (25) que o objetivo de seu país é um cessar-fogo e uma retirada militar russa de todo o território da Ucrânia, logo após o anúncio de Moscou de que concentrará sua operação militar em Donbas, na parte oriental da antiga república soviética.
"Nosso objetivo e obsessão é um cessar-fogo e um cessar-fogo em todo o território, antes de mais nada. A segunda coisa que devemos alcançar é a retirada das tropas russas e a retirada completa de todo o território. Esses são os dois objetivos que perseguimos", disse o mandatário francês durante entrevista coletiva após a cúpula europeia realizada ontem e hoje em Bruxelas.
Ele acrescentou que, enquanto esses dois objetivos não forem alcançados, continuarão aplicando sanções à Rússia, para ajudar a Ucrânia e negociando. De qualquer forma, admitiu que uma operação russa "de todos os lados foi contrariada simultaneamente pela resistência heróica do povo ucraniano"."É simplesmente a tradução de uma escolha diante das dificuldades operacionais encontradas", disse ele sobre a decisão da Rússia de se concentrar em Donbas.
Macron lembrou também que a França decidiu, juntamente com a Turquia e a Grécia, lançar uma operação humanitária em Mariupol, uma das mais afetadas durante a invasão russa da Ucrânia, para evacuar todos aqueles que querem deixar aquela cidade.
Ele assegurou que falará sobre isso "nas próximas horas" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que hoje manteve discussões "muito concretas" com o prefeito de Mariupol, "em transparência e conexão com o presidente (Volodymir) Zelensky e as autoridades ucranianas".
O francês acrescentou que seu país também tem suas próprias equipes "que coordenam" e que vão negociar "com o lado russo".
Macron também se referiu à decisão do Ministério das Relações Exteriores da França de convocar o embaixador russo em Paris, Alexei Mechkov, após a publicação de charges no Twitter. As duas imagens que provocaram a reação da França foram publicadas ontem pela embaixada russa e posteriormente apagadas.
Na primeira, de acordo com imagens publicadas nas redes, os europeus aparecem de joelhos lambendo as nádegas do Tio Sam. Na segunda, a Europa aparece como uma pessoa doente, deitada em uma maca com o corpo coberto de perfurações e injetado pelos Estados Unidos e pela União Europeia com tudo, desde covid-19 à russofobia, neonazismo, cultura de cancelamento ou Otan.
O presidente francês considerou que as publicações são "inaceitáveis" e destacou que os princípios das caricaturas, "sobretudo quando são propagandísticos, são falsos".
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