RFI
Publicada em 30/03/2022 às 11h30
Um edifício do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) foi alvo de bombardeios russos em Mariupol nesta quarta-feira (30). A cidade portuária, que já teve maternidades atacadas, está sitiada há semanas.
"Bombardearam deliberadamente um edifício do CICV em Mariupol", escreveu no Telegram Liudmila Denisova, secretária de Direitos Humanos no Parlamento ucraniano. “Os aviões inimigos bombardearam o prédio, mesmo se ele estava marcado com uma cruz vermelha sobre um fundo branco, o que significa que abriga feridos, material civil ou humanitário”, relatou.
Uma porta-voz da Cruz Vermelha em Genebra confirmou que a imagem do prédio atacado em Mariupol era a de um dos galpões da CICV na cidade. “Nossas equipes não estão mais no local e não temos mais informações, nem mesmo sobre as vítimas”, completou a representante da organização.
Liudmila Denisova também não especificou quantas pessoas estariam no prédio no momento do bombardeio ou o número de possíveis vítimas. Como a cidade está cercada, é difícil para as autoridades avaliarem os estragos do ataque.
As organizações de ajuda humanitária já pediram diversas vezes acesso a Mariupol, onde as condições de vida são cada vez mais difíceis. Os moradores vivem sem eletricidade, sem acesso à água potável ou sistema de aquecimento. Cerca de 170 mil pessoas continuam bloqueadas nessa cidade portuária estratégica do sudeste da Ucrânia.
Ucranianos levados à força para a Rússia
Segundo a prefeitura de Mariupol, as tropas de Moscou também estariam retirando moradores à força e os levando para a Rússia. Foi o caso nesta quarta-feira, quando funcionários e pacientes de uma maternidade foram capturados. "Mais de 70 pessoas – mulheres e profissionais de saúde – foram levadas à força", afirmou a prefeitura no Telegram.
As autoridades locais denunciam que mais de 20 mil moradores já foram levados “contra sua vontade”, tiveram seus documentos confiscados antes de serem enviados a "cidades russas afastadas".
Essa não é a primeira vez que funcionários de serviços de saúde e pacientes são alvo das forças russas em Mariupol. Em 9 de março, uma maternidade e um hospital infantil da cidade foram atingidos por bombardeios que provocaram indignação internacional. Ao menos três pessoas, incluindo uma criança, morreram no ataque.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou na terça-feira (29) que os ataques russos contra Mariupol eram "um crime contra a humanidade".
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