Assessoria/Prefeitura
Publicada em 01/04/2022 às 12h30
A saúde obstétrica é uma preocupação de interesse público. Uma das estratégias para evitar doenças e óbitos em gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filhos há até 45 dias) é a vacinação. Um balanço, divulgado pela Prefeitura de Porto Velho, informa que nos últimos 10 anos, houve 69 mortes maternas de residentes de Porto Velho e distritos.
Os dados foram compilados pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), através da Coordenação da Vigilância do Óbito Materno e obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
Segundo a enfermeira Lívia Julienne da Silva Lima, que acompanha os dados, durante o período investigado, houve uma redução no número de óbitos entre 2014 e 2018, quando foram notificados quatro óbitos. Já em 2019, houve um novo aumento, com seis registros e, em 2021, observou-se um enorme crescimento nas mortes maternas com aumento de 180% nas notificações em relação ao ano anterior.
Números de letalidade entre grávidas são monitorados pelo município
“Justifica-se esse crescimento agressivo da mortalidade materna a infecção provocada pela covid-19 que, em 2021, foi responsável por 13 mortes maternas das 14 notificadas no SIM”, observa Lívia.
COMPORTAMENTO DE QUEDA ENTRE OS ANOS DE 2012 E 2020
Quando fala-se em mortes maternas, entende-se como as ocorridas durante a gravidez, o aborto, o parto e até 42 dias após o parto. “Em Porto Velho, a Razão de Mortalidade Materna (RMM) apresentou oscilação com comportamento de queda entre os anos de 2012 e 2020, representando uma redução de aproximadamente 37% na mortalidade materna”, explica a enfermeira.
O ano de 2021 foi impactado pela pandemia da covid-19, colocando Porto Velho em um patamar de risco muito alto de morte materna, com uma RMM superior a 182 mortes maternas (MM)/100 mil nascidos vivos (NV).
Vacinação contra covid-19 está disponibilizada para este grupoO balanço informa que, no período que antecedeu a pandemia do covid-19 (2012 a 2019), as principais causas de morte materna foram os transtornos hipertensivos na gestação, parto e puerpério com 26%, as doenças infecciosas e parasitárias com 18% e as embolias de origem obstétrica 14%.
“Destaco que a partir de 2020, esse perfil de causa mudou e a infecção pelo coronavírus despontou como a principal causa de morte deste grupo neste ano, sendo responsável por 60% dos casos e 93% em 2021”, diz a enfermeira.
2022
No primeiro trimestre de 2022 foi notificada uma morte materna de uma residente de Porto Velho, totalizando 17 óbitos maternos por Covid-19 desde o início da pandemia. “Esse ano deve ser diferente já que a vacinação está disponibilizada para este grupo e é uma das medidas mais valiosas no combate ao vírus, aliada aos cuidados gerais, como rápido diagnóstico e acompanhamento”, espera Lívia Julienne.
AÇÕES ESTRATÉGICAS NA VACINAÇÃO
A Prefeitura de Porto Velho tem feito uma força-tarefa para atender a este público-alvo não só contra a covid-19, mas qualquer outra vacina disponível. “A mulher transfere a imunidade (proteção) à criança até que ela tenha idade vacinal, ou seja, a mãe é responsável por isso. Faz saber que, toda e qualquer vacina que a mãe tomar na gravidez, é importante”, adverte Elizeth Gomes, gerente de imunização da Semusa.
Elizeth reforça que a proteção ao bebê são garantias conquistadas pelas vacinas preconizadas pelo pré-natal e que, depois, outras são incluídas na caderneta de vacinação da criança.
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