RFI
Publicada em 22/04/2022 às 14h44
O governo francês vai enviar armamento pesado à Ucrânia para ajudar o país a se defender da invasão russa. Os equipamentos militares incluem canhões Caesar e mísseis antitanques Milan. O anúncio foi feito pelo presidente Emmanuel Macron, em entrevista ao jornal Ouest-France, publicada nesta sexta-feira (22).
O Caesar é o carro-chefe da artilharia francesa e é único dentro das forças da Otan. O equipamento de artilharia, de 155 mm e alcance de 40 quilômetros, fica posicionada em um caminhão. O armamento foi usado com bons resultados no Afeganistão ou, em 2017, na reconquista de Mossul, no Iraque.
Cinco homens são suficientes para manobrar esse tipo de canhão. Ao identificar um alvo, basta o militar escanear a posição com um ponteiro a laser para transmitir automaticamente as suas coordenadas. Não há mais nada a ser feito. Um canhão Caesar pode disparar seis tiros por minuto e recomeçar a atirar, novamente, para escapar dos tiros de uma contrabateria.
Sem detalhes sobre o número de armas entregues
Até agora, Paris teve o cuidado de não especificar os tipos de armamentos entregues a Kiev. Em meados de abril, foram anunciados "€ 100 milhões em doações de equipamentos" e o fornecimento de "capacidades militares adicionais".
“Entregamos equipamentos substanciais, entre eles armamento do tipo Milan e Caesar, e vários outros modelos”, disse o presidente Emmanuel Macron ao Ouest-France, que lhe perguntou sobre o fornecimento de armas pesadas por parte da Europa à Ucrânia.
“Acho que temos de continuar nesse caminho. Sempre tendo uma linha vermelha que é de não entrar em cobeligerância”, acrescentou Macron.
A França não indicou o número exato de armas entregues, mas confirmou que os carregamentos estão em andamento e que o armamento estará disponível, com munição, em poucos dias.
Cerca de 40 soldados ucranianos também devem ser treinados na França para utilizar esse tipo de armas pesadas, a partir deste sábado (23), acrescentou a presidência, sem dar mais detalhes.
O envio de armas francesas acontece no momento em que a decisão do chanceler alemão, Olaf Scholz, de não enviar armas pesadas à Ucrânia, vem gerando críticas da oposição e dos membros de sua coalizão de governo. Scholz tem sido acusado de demonstrar fraqueza e hesitação em um momento crucial: o que está em jogo não é só o futuro da Ucrânia, mas também a segurança do continente europeu, afirmam alguns parlamentares alemães.
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