Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 23/04/2022 às 10h46
As eleições gerais de outubro próximo, estão distantes, mas a mobilização dos dirigentes partidários já é enorme em Rondônia. As convenções que homologarão os candidatos a presidente da República, governadores e os respectivos vices; uma das três vagas de cada Estado e do Distrito Federal ao Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas serão realizadas de 20 de julho a 5 de agosto e as articulações dominam os bastidores da política regional.
O fim das coligações mudou muito o quadro eleitoral. Hoje é possível federalizar, formatar parcerias, mas não há soma de votos entre os candidatos. Nas eleições proporcionais (Câmara Federal e Assembleias Legislativas) somente os mais bem votados de cada partido, desde que sejam cumpridos o quociente eleitoral e a cláusula de barreira serão eleitos. Outro problema é que a federalização efetivada pela cúpula nacional, terá que ser obedecida pelos diretórios regionais e com fidelidade de 4 anos.
Em Rondônia com pouco mais de seis meses para as eleições já temos sete pré-candidatos, que estão sendo trabalhados pelos seus partidos. O PT tem o presidente da agremiação no Estado e ex-deputado federal Anselmo de Jesus como pré-candidato, mas há possibilidade de federalização com outros partidos, como o Solidariedade, presidido em Rondônia pelo ex-governador Daniel Pereira. Mas não se comenta sobre quem será o vice.
O MDB comandado pelo senador Confúcio Moura está com os cargos de governador e vice em aberto. Não está descartada uma pré-candidatura de Confúcio, apesar de ele ter afirmado em live exclusiva, que não participará como candidato das eleições deste ano. Quem conhece bem Confúcio, sabe da sua habilidade em trabalhar nos bastidores da política. Normalmente deixa o seu nome na marca de pênalti, sem goleiro.
É fundamental lembrar, que não está descartado o bis da parceria vencedora de 2014 tendo Confúcio governador e Daniel vice.
O PSB presidido regionalmente pelo deputado federal Mauro Nazif recebeu recentemente o advogado e professor universitário, Vinícius Miguel como filiado, já com a missão de pré-candidato a governador. Vinícius teve um ótimo desempenho nas eleições de 2018, quando somou quase 80 mil votos em Porto Velho como candidato a governador, sem nunca ter disputado eleições, mas em 2020, não conseguiu chegar ao segundo turno nas eleições a prefeito da capital ficando como terceiro colocado.
A pré-candidatura de Vinícius Miguel liberou o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Ji-Paraná (dois mandatos consecutivos) para disputar um dos cargos proporcionais, pois é uma liderança inconteste do interior, mas jamais para ser vice de Vinicius. Na política se recomenda em candidaturas a governador, por exemplo, que um seja da capital e outro do interior, mas não do mesmo partido. Questão de coerência, bom senso, visão política.
O governador Marcos Rocha, presidente do União Brasil é pré-candidato à reeleição, mas também não se tem ideia de quem será o vice. Comenta-se com muita cautela, nos corredores palacianos, que o presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Alex Redano, presidente regional do Republicanos poderá ser o vice, mas são comentários, não afirmativas.
O senador Marcos Rogério também está na lista de pré-candidatos a governador e, a votação expressiva nas eleições de 2018, quando se elegeu com mais de 324 mil votos, e sua ótima participação na CPI do Covid-19 em defesa do governo Jair Bolsonaro o credenciam a formatar sua pré-candidatura. Tem facilidade em se comunicar, um bom trânsito no segmento evangélico e sabe os caminhos das pedras na política. Não se tem ideia de um nome a vice.
O deputado federal Léo Moraes, presidente regional do Podemos, ensaiou várias parcerias, inclusive a possibilidade de se filiar ao MDB e ser o pré-candidato do partido a governador. Acabou ficando onde estava, diz que é pré-candidato a governador, inclusive com apoio do grupo do ex-governador Ivo Cassol e da sua irmã, Jaqueline Cassol, presidente do diretório regional do PP. Também não se comenta sobre vice.
Em Rondônia somente o PSTU lançou pré-candidatos a governador e vice. Ambos são ligados a comunicação. Edvaldo Cordeiro, conhecido como Didas é radio-jornalista e candidatou-se a vereador em Porto Velho nas eleições de 2020. Mas não se elegeu. O partido já tem o vice, o ambientalista Almir Casal, que a exemplo de Didas também é natural de Porto Velho e radialista da Rádio Comunitária Transamazônica FM da capital.
Listamos sete pré-candidatos a governador e, somente o PSTU tem definido um pré-candidato a vice. Os demais partidos ou prováveis federações que citamos priorizam os pré-candidatos a governador, mas se esquecem de nomes expressivos, que podem ser fundamentais como vice. O vice é muito essencial numa campanha política.
O ex-presidente da Assembleia Legislativa, Maurão de Carvalho, por exemplo, do PTB é um nome com enorme potencial eleitoral e poderá ser um vice de peso numa caminhada rumo ao Palácio Rio Madeira. Maurão foi candidato a governador em 2018, pelo MDB, não chegou ao segundo turno por 10.001 votos e ficou na terceira colocação. O segundo colocado, Marcos Rocha, na época no PSL foi o segundo colocado e venceu Expedito Júnior (PSDB), no segundo turno.
Jesualdo Pires é uma das forças política do interior. Mais de 195 mil votos nas eleições ao Senado em 2018. Poderia tranquilamente e com condições de sucesso ser o pré-candidato do PSB a governador. Como o partido trouxe Vinícius Miguel já na condição de pré-candidato à sucessão estadual, Jesualdo deve formatar com tranquilidade uma pré-candidatura à Câmara Federal. Jesualdo poderia formar uma parceria com partidos de centro esquerda como vice.
Apesar de importante numa caminhada eleitoral, o vice, via de regra é somente um aporte para o candidato majoritário. Engano, pois um vice bom de voto ajuda sobremaneira numa caminhada visando a sucessão estadual, como ocorrerá em outubro próximo em Rondônia.
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