ANSA
Publicada em 06/05/2022 às 14h46
A Itália adiou mais uma vez a conclusão das obras do sistema Mose, complexo de barreiras móveis projetado para proteger o centro histórico de Veneza de inundações.
Em construção desde 2003, ao custo de 5,5 bilhões de euros, o sistema começou a funcionar em caráter emergencial em outubro de 2020, mas ainda não opera a pleno vapor.
Na ocasião, o governo italiano dizia que o Mose seria concluído em dezembro de 2021, prazo que não foi cumprido. Em janeiro passado, o Ministério da Infraestrutura estabeleceu uma nova data: setembro de 2023.
No entanto, quatro meses depois, a comissária do governo para a obra, Elisabetta Spitz, anunciou mais um atraso. Com isso, o projeto só deve ser 100% entregue em dezembro de 2023, 20 anos depois de seu início.
"Dentro de um mês, vamos concluir os atos formais que permitirão a reabertura dos canteiros", afirmou Spitz. A retomada das obras, contudo, não deve ocorrer antes de junho. Acrônimo de Módulo Experimental Eletromecânico, o Mose também remete ao personagem bíblico Moisés (Mosè, em italiano) e tem uma trajetória marcada por atrasos e escândalos de corrupção.
O sistema se baseia em uma rede de comportas móveis instaladas nos três acessos à Lagoa de Veneza e que serão acionadas sempre que a maré superar os 110 centímetros, evitando que o centro histórico fique debaixo d'água.
Com a operação em caráter emergencial, as barreiras são levantadas somente quando a maré ultrapassa os 130 centímetros, o que faz com que o coração de Veneza ainda fique alagado em algumas situações.
Essas inundações são conhecidas como "acqua alta" e acontecem quando as águas do Mar Adriático invadem a Lagoa de Veneza, fenômeno mais comum entre o fim do outono e o início do inverno na Europa.
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