Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 16/05/2022 às 09h31
Cerca de 40% dos deputados federais de Rondônia trocaram de partido, após a janela migratória aberta em 3 de março e encerrada no dia 1º de abril. No período, parlamentares federais e estaduais trocaram de partidos com aval da Justiça Eleitoral na garantia dos mandatos.
Na Opinião (I), ficou exposto um quadro de a situação da bancada federal de Rondônia, após a mudança de partidos pelos deputados e a tendência de cada um, ou de cada grupo, sobre as eleições a presidência da República, hoje polarizadas pelos pré-candidatos Lula (PT) e Bolsonaro (PL).
Na OPINIÃO II temos um balanço de como ficou o quadro partidário dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa (Ale), após o encerramento da janela. Hoje, dez partidos estão representados na Assembleia Legislativa, sendo cinco deles com somente um deputado, ou seja, é líder dele mesmo.
O União Brasil, criado recentemente e presidido em Rondônia pelo governador Marcos Rocha, pré-candidato à reeleição tem cinco representantes na Casa do Povo. Eurípedes Lebrão, Rosângela Donadon, Ezequiel Neiva, Cirone Deiró e Adelino Follador, que compõem o quadro do novo partido no parlamento estadual.
Dos cinco membros do União Brasil, quatro são pré-candidatos à reeleição. Lebrão deverá concorrer à Câmara Federal. Os demais já trabalham a pré-candidaturas a um novo mandato em uma disputa que deverá ser bem equilibrada.
No Cone Sul, Rosângela Donadon, de família tradicional na política é nome expressivo e Ezequiel Neiva vem trabalhando de forma eficiente para se manter deputado. É uma região forte política e economicamente.
Deiró já foi vice-prefeito de Cacoal e a troca do Podemos pelo União Brasil deverá facilitar o seu projeto de pré-candidato à reeleição. No início da legislatura Cacoal tinha Adailton Fúria, na Ale-RO, mas ele se elegeu prefeito nas eleições de 2020 e renunciou. A região, apesar de imensa e muito forte politicamente, tem somente um representante no parlamento estadual.
O União Brasil tem Adelino Follador, da região de Ariquemes, que foi eleito pelo DEM como o oitavo mais bem votado nas eleições de 2018, com 12.890 votos. Como é um deputado muito participativo é sempre muito bem votado na sua região.
O PL está representado na Ale-RO com três deputados, sendo dois da capital, Eyder Brasil e Ribamar Araújo e um do interior, Jean Mendonça, da região polarizada por Pimenta Bueno, onde já foi prefeito com bons serviços prestados à comunidade. Ribamar é um dos parlamentares mais experientes de Rondônia, e Eyder Brasil terá que mostrar a que veio e certamente terá dificuldades para buscar um novo mandato.
Estrategicamente o governador Marcos Rocha e, consequentemente Bolsonaro, estão bem representados no Estado. Tem deputados operantes, que são pré-candidatos à reeleição. Rosângela e Ezequiel no Cone Sul, Follador na região da Produção, Lebrão em Costa Marques, Guajará-Mirim, São Miguel do Oeste, São Francisco do Guaporé, Cerejeiras, Seringueiras, e Cirone Deiró na região do Café, além de Jean Mendonça (Pimenta Bueno), Ribamar Araújo e Eder Brasil (Porto Velho). É um bloco respeitável nas urnas.
O Podemos, que tem na presidência regional o deputado federal Léo Moraes, tem três deputados na Ale-RO. Léo aspira a uma candidatura a governador e trabalha ativamente para isso. Já tentou algumas composições, como com o PP, da deputada federal Jaqueline Cassol, que pretende concorrer ao Senado e o MDB, hoje liderado pelo senador Confúcio Moura, mas nada ficou definido. Provavelmente deverá tentar a reeleição, missão menos difícil, que uma candidatura a governador.
Léo tem três bons deputados filiados ao Podemos. Cássia Muleta (Jaru) permaneceu e chegaram Alan Queiros (Porto Velho) e Dr. Neidson (Vale do Guaporé). É uma boa base para uma investida ao cargo de governador, na região central, mas não suficiente.
O presidente estadual do PSB, deputado federal Mauro Nazif, a princípio disposto a trabalhar a reeleição, mas surgiram fortes comentários nas últimas semanas, que estaria pleiteando uma pré-candidatura ao Senado.
O PSB tinha dois deputados, Ismael Crispin (Vale do Guaporé) e Chiquinho da Emater, que permaneceram. O ex-petista, Lazinho da Fetagro, de Jaru é o mais novo deputado filiado ao PSB. Todos são pré-candidatos à reeleição e em condições de sucesso.
No caso de uma parceria do PSB com o Solidariedade, do ex-governador Daniel Pereira, pré-candidato ao governo, o PSB já conta uma boa base eleitoral na composição da Ale-RO. E viabilizaria uma pré-candidatura de Nazif ao Senado.
Outro partido bem representado no parlamento estadual é o PRB (Republicanos), que tem no comando regional o presidente da Ale-RO, Alex Redano, com domicílio eleitoral em Ariquemes. O partido tem mais dois deputados filiados, como Anderson Pereira, da capital, um dos parlamentares mais atuantes da Casa do Povo, e Alex Silva, que adiantou, que não concorrerá à reeleição.
É importante destacar, a estratégia da equipe do governador Marcos Rocha no projeto de reeleição. Já citamos que, na maioria das regiões do Estado há deputados do grupo de apoio à busca da pré-candidatura à reeleição de Rocha. Ariquemes, terceiro maior colégio eleitoral do Estado, além de Follador, o grupo tem Redano como parceiro e em Porto Velho, com o reforço de Anderson Pereira.
O PSD coordenado no Estado pelo deputado Luizinho Goebel, um campeão de votos no Estado, que deverá formalizar sua pré-candidatura à reeleição, líder do governo na Ale-RO, e no Cone Sul com forte penetração na Zona da Mata e Vale do Guaporé é partido fechado com Rocha. Hoje, além de Goebel o PSD tem um segundo deputado, Geraldo da Rondônia, de Ariquemes, que está inelegível, mas é um apoio plenamente dispensável.
Os demais partidos têm somente um representante como o MDB, do deputado Jean Oliveira, com domicílio eleitoral em Porto Velho, porém com forte penetração na região polarizada por Alta Floresta; o Avante, de Jair Montes, de Porto Velho; o Patriota de Marcelo Cruz (Porto Velho) e o PSDB, de Jhony Paixão, que não são parceiros e nem adversários.
O PSD é representado pelo ex-presidente da Ale-RO, Laerte Gomes, que tem domicílio eleitoral em Ji-Paraná, segundo maior colégio eleitoral do Estado. O partido, além do presidente deputado federal Expedito Netto, conta com o ex-senador e líder político consolidado no Estado, seu pai e compadre de Laerte Gomes, Expedito Júnior.
Tudo o que se comenta são especulações e informações colhidas juntos a lideranças dos partidos e políticos com mandatos. Em política, como já dizia o ilustre ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, ‘nada é definitivo”. Até o pós-convenções nada é fato consumado. Definição somente, após o registro no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Para um bom entendedor de POLÍTICA, assunto dos mais complexos e que concentra o hoje e o amanhã de municípios, Estados e União, da população em geral, Rondônia está bem preparada pelo grupo que assessora Marcos Rocha no seu projeto de pré-candidato à reeleição. Além de contar com a “máquina” administrativa na mão.
Campanhas políticas continuam sendo muito dependentes de dinheiro, mas hoje, com o avanço das redes sociais, internet é preciso mais que nunca, de organização, estratégia e apoio de lideranças regionais. Vereadores, prefeitos, presidentes de associações (bairro, agrícola, esportiva, etc.) são fundamentais para que um projeto político seja viabilizado e convenção o eleitorado.
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