AFP
Publicada em 19/05/2022 às 09h13
Os países do G7 reúnem-se nesta quinta e sexta-feira em Königswinter, na Alemanha, para apoiar a economia ucraniana, castigada pela guerra lançada pela Rússia.
A prioridade desta reunião dos ministros da Economia das sete potências industriais (Estados Unidos, Japão, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Alemanha) é concluir uma nova rodada de financiamento para cobrir o orçamento ucraniano para o trimestre atual.
"Estou bastante otimista com o fato de que poderemos, com o G7, levantar os fundos que permitirão à Ucrânia se defender nos próximos meses", disse Christian Lindner, ministro das Finanças alemão, cujo país preside este ano o grupo de potências.
Para sustentar a economia do país, Kiev estima que precisa de US$ 5 bilhões por mês.
"Pedimos um alto apoio financeiro, mas o preço também é alto. Para nós, é uma maneira de sobreviver", declarou recentemente à AFP o ministro da Economia, Sergiy Marchenko.
Do enorme pacote de ajuda de US$ 40 bilhões para a Ucrânia anunciado na semana passada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, cerca de US$ 7,5 bilhões devem ir para o orçamento no curto prazo, segundo fontes ministeriais do G7.
"Vou pedir aos meus colegas que se juntem a nós para aumentar seu apoio financeiro à Ucrânia (...) que precisa da nossa ajuda e precisa agora", disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, ao chegar a Königswinter, onde a reunião está sendo realizada.
Na quarta-feira, a Comissão Europeia propôs uma "nova ajuda macrofinanceira" à Ucrânia para este ano de "até 9 bilhões de euros", cerca de 9,4 bilhões de dólares.
A proporção de empréstimos e ajuda direta neste novo pacote de apoio estará na agenda das discussões do G7.
O objetivo é garantir a solvência da Ucrânia "nos próximos dias, nas próximas semanas", disse o ministro alemão. "Todos nós temos a responsabilidade de dar uma contribuição", acrescentou.
Enquanto a guerra continua devastando grande parte do território ucraniano, a ajuda para a reconstrução do país já está sendo discutida.
As negociações "apenas começaram", enfatizou Yellen em Königswinter, mas já se fala na possibilidade de usar ativos russos congelados pelas sanções ocidentais.
Embora a Alemanha acredite tratar-se de um cenário "politicamente concebível", ressalta, como a França, que existem muitos obstáculos legais.
"Temos que examinar cuidadosamente as limitações", comentou o ministério das Finanças francês.
"Temos que respeitar o Estado de Direito, mesmo que estejamos lidando com oligarcas russos", observou o ministro alemão.
A guerra lançada pela Rússia deve causar uma contração maciça da economia ucraniana, estimada em 30% pelo Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) e de até 45% pelo Banco Mundial.
Em maior ou menor grau, toda a economia mundial é afetada por esta ofensiva e as consequentes sanções contra Moscou.
Num contexto de agravamento da inflação e de ameaça de crise alimentar em alguns países, o FMI cortou a sua previsão de crescimento global para 3,6% este ano, em comparação com os 4,4% previstos em janeiro.
E um impasse na guerra da Ucrânia e novas sanções tornariam o quadro global ainda pior.
"Estamos vendo sérias consequências econômicas, especialmente para os países de baixa renda, como resultado do aumento das taxas de juros e dos preços agrícolas mundiais. Teremos que trabalhar juntos para estabilizar a economia mundial", disse o ministro da Economia alemão.
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