AFP
Publicada em 05/07/2022 às 11h10
As forças russas continuam bombardeando o Donbass nesta terça-feira (5), região no leste da Ucrânia, a qual querem terminar de conquistar, obedecendo às ordens do presidente Vladimir Putin.
Apesar de lenta, a ofensiva é contínua e permitiu-lhe ganhar território nessa parte do país.
Após mais de quatro meses de guerra, os aliados da Ucrânia organizaram para esta semana na Suíça uma reunião com representantes de países, organizações internacionais e também empresários sobre a reconstrução do país destruído pela guerra. Seu custo é estimado em US$ 750 bilhões.
Durante o encontro, foram delineados, nesta terça, os princípios e as prioridades para a reconstrução - uma tarefa "colossal", nas palavras do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"Devemos tornar tudo o que foi destruído melhor do que era antes", disse o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal.
No terreno, porém, a guerra continua em todo país, e o avanço das forças russas no leste da Ucrânia não para. A cidade de Sloviansk, o próximo alvo das forças russas na região, está sofrendo um bombardeio "maciço", anunciou seu prefeito nesta terça.
"Sloviansk! Bombardeio maciço da cidade. No centro, no norte. Todo o mundo tem que se refugiar", alertou no Facebook Vadim Liakh, prefeito desta cidade na província de Donetsk de cerca de 100.000 habitantes antes da guerra.
A Rússia tem seus esforços bélicos concentrados em garantir o controle da bacia de mineração e industrial do Donbass, composta por Donetsk e pela província de Luhansk, onde conta com o apoio de separatistas pró-russos.
A Ucrânia afirma que suas tropas ainda defendem uma "pequena" porção de território em Luhansk, apesar de a Rússia afirmar que tem seu controle total.
- "A luta continua" -
No domingo (3), a Rússia conquistou um avanço crucial ao controlar a cidade de Lysychansk, que está perto da fronteira entre essas duas províncias.
O Exército ucraniano se retirou, afirmando que era uma estratégia para salvar vidas, já que as forças de Moscou superavam as forças adversárias em homens e em capacidade militar.
Com o controle de Lysychansk, que ocorreu depois de os russos terem tomado a cidade vizinha de Severodonetsk, as tropas russas podem seguir seu avanço.
Além de Sloviansk, também está na mira dos russos a cidade de Kramatorsk, uma das últimas posições ucranianas em Luhansk.
"A luta continua nas fronteiras administrativas da região", anunciou a Presidência ucraniana nesta terça-feira.
Um indício de que Moscou busca consolidar o abastecimento para um novo ataque é que as forças ucranianas afirmaram que os russos estão "tomando medidas" em Luhansk para restaurar a infraestrutura de transporte atrás da linha de frente.
As forças russas também fecharam o cerco da pequena cidade de Siversk, a primeira no caminho desde Luhansk, após vários dias de bombardeios.
- Contra-ataque ucraniano em Kherson -
No "front" do sudoeste, na região ucraniana de Kherson, que está sob ocupação dos russos, as tropas de Moscou mobilizaram helicópteros e artilharia para tentar enfrentar um contra-ataque dos ucranianos.
A escalada dos combates no sul da Ucrânia ocorre no momento em que as autoridades locais instaladas pela Rússia anunciaram que um ex-quadro do Serviço Federal de Segurança (FSB), a agência de Inteligência russa, assumirá o governo de Kherson.
Nesta parte da Ucrânia, a Rússia lançou uma campanha para instituir a ocupação, introduzindo o rublo como moeda, emitindo passaportes, garantindo serviços bancários e abrindo escritórios estatais.
Na segunda-feira, Zelensky reiterou seu apelo a um aumento dos envios de armamento que o Ocidente fornece ao seu país para resistir à invasão, preparar uma resistência e uma contraofensiva para recuperar os territórios perdidos.
- "Mais fortes" -
Em Bruxelas, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, anunciou que a aliança abriu oficialmente o processo para ratificar a adesão de Suécia e Finlândia.
"Com 32 nações ao redor da mesa, seremos ainda mais fortes e nosso povo estará ainda mais seguro, enquanto enfrentamos a maior crise de segurança em décadas", disse ele, em uma coletiva de imprensa acompanhado dos ministros das Relações Exteriores da Suécia e da Finlândia.
Ambos os países nórdicos decidiram abandonar sua histórica postura de não alinhamento militar formal para aderir à Otan, com a qual já tinham uma política de associação.
Agora, sua adesão depende da Turquia, que aguarda o cumprimento de acordos para levantar seu veto.
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