AFP
Publicada em 19/07/2022 às 08h59
A União Europeia iniciou nesta terça-feira (19) as negociações de adesão com a Albânia e a Macedônia do Norte, dois países bloqueados na antecâmara da UE por 8 e 17 anos, respectivamente, embora o processo seja anunciado como longo e complicado antes de uma possível entrada.
Os dois países juntam-se à Sérvia e Montenegro, outras nações dos Bálcãs Ocidentais que negociam sua adesão à UE.
"É um momento histórico", destacou a presidente do Executivo europeu, Ursula Von der Leyen, em conferência de imprensa em Bruxelas com os líderes da Albânia e Macedônia do Norte. "É o que seus cidadãos esperaram há tanto tempo e é o que eles merecem", acrescentou. A Macedônia do Norte é candidata desde 2005 e a Albânia desde 2014.
"Este não é o começo do fim, mas o fim do começo", disse o primeiro-ministro albanês Edi Rama, parafraseando Winston Churchill, para enfatizar as muitas dificuldades ainda a serem superadas pelos dois candidatos.
Os 27 países da União Europeia concordaram na segunda-feira em iniciar as negociações, um dia após a assinatura de um protocolo entre Macedônia do Norte e Bulgária que levantou os últimos obstáculos.
A Macedônia do Norte já havia encerrado uma disputa com a Grécia em 2018 ao concordar em mudar de nome, abrindo as portas para a Otan. Mas as da UE ainda estavam fechadas devido a um veto da Bulgária por razões históricas e culturais.
A posição da Bulgária também impediu o início das negociações com a Albânia, que a UE vinculou às da Macedônia do Norte.
- "Novo começo" -
Era "uma situação absurda", denunciou Rama, que agradeceu ao seu homólogo francês Emmanuel Macron pelo seu empenho em promover o processo durante o primeiro semestre do ano à frente do Conselho da Europa.
Este é um "novo começo" para a região dos Bálcãs Ocidentais e "será sinônimo de prosperidade e progresso", disse o primeiro-ministro macedônio, Dimitar Kovacevski.
"Com a guerra (na Ucrânia) é muito importante que continuemos unindo nossa família europeia", disse a secretária de Estado francesa para a Europa, Laurence Boone. Sua homóloga alemã, Anna Lührmann, indicou que "as próximas etapas serão abertas assim que as mudanças constitucionais forem adotadas" na Macedônia do Norte.
Como parte de seu acordo, a Macedônia do Norte prometeu modificar a Carta Magna, uma ambição que, no entanto, se mostra espinhosa.
O acordo com a Bulgária permitirá, entre outras coisas, que o macedônio se torne uma das línguas oficiais da UE.
As negociações para a adesão à União serão longas e a adesão terá de ser ratificada pelos 27 membros da UE, inclusive por meio de referendo em alguns Estados.
Os candidatos devem assumir as obrigações inerentes à adesão e dispor de uma economia de mercado funcional capaz de enfrentar a pressão competitiva dentro da UE.
Outros dois países balcânicos negociam sua adesão à UE: Sérvia desde 2014 e Montenegro desde 2012.
A Turquia negocia desde 1999, mas as negociações estão "paradas" desde 2019 devido à deriva autocrática do presidente Recep Tayyip Erdogan e às disputas diplomáticas com a Grécia e outros Estados-membros.
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