RFI
Publicada em 10/08/2022 às 09h43
A Guarda Costeira da Grécia faz operações de busca, nesta quarta-feira (10), por dezenas de pessoas que continuam desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação na costa da ilha de Cárpatos, no sudeste do mar Egeu. De acordo com o comunicado divulgado pela instituição, "até o momento 29 pessoas, entre afegãos e iraquianos, foram resgatadas. As buscas continuam porque entre 60 de 80 pessoas estavam no barco que afundou", disse uma responsável da imprensa da Guarda Costeira.
O barco virou e afundou na costa da ilha de Cárpatos, entre Rodes e Creta, disse Nikos Kokkalas, o porta-voz da Guarda Costeira, à televisão pública grega. Ele acrescentou que o trabalho das equipes de resgate é prejudicado por ventos fortes de 40 km/h a 50 km/h.
A operação de resgate foi ordenada na madrugada desta quarta-feira pelo ministro da Marinha, Yannis Plakiotakis, após ser informado do incidente. Quatro barcos que navegavam na área do naufrágio, duas embarcações de patrulha da Guarda Costeira e um helicóptero da Força Aérea grega participam da busca aos desaparecidos.
O navio havia partido da cidade de Antália, localizada no sul da Turquia e não muito longe das ilhas gregas do mar Egeu. O destino da embarcação era a Itália, informaram as autoridades gregas.
Rota de fuga
A perigosa travessia entre as ilhas gregas e a costa turca no mar Egeu, localizada no leste do Mediterrâneo, resulta nas mortes de muitos migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa a bordo de barcos improvisados, frequentemente para fugir da guerra e da miséria.
Desde janeiro de 2022, 64 pessoas morreram no Mediterrâneo oriental, e 111 em 2021, de acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). O número de chegadas de migrantes e refugiados à Grécia, principalmente vindos da Turquia, aumentou este ano, de acordo com as autoridades gregas.
Atenas acusa Ancara de fechar os olhos aos traficantes de seres humanos e permitir que migrantes cheguem à Grécia, em violação de um acordo de março de 2016 que exige que a Turquia reduza a migração de seu território, em troca de ajuda financeira europeia. A Turquia nega as acusações.
O último naufrágio no mar Egeu aconteceu em 19 de junho, quando oito pessoas morreram na ilha grega de Mykonos, e108 foram resgatadas pela guarda costeira grega, segundo a OIM.
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