AFP
Publicada em 11/08/2022 às 16h14
Uma comissão do governo venezuelano protestou, nesta quinta-feira (11), em frente à embaixada argentina em Caracas contra a apreensão de um avião de carga em Buenos Aires e parte de sua tripulação.
O Ministro dos Transportes, Ramón Velásquez, e deputados governistas no Parlamento foram recebidos pelo embaixador Oscar Laborde, a quem entregaram documentos de protesto pela retenção em junho de um Boeing 747 da Emtrasur, subsidiária da companhia aérea estatal Conviasa, alvo de sanções dos Estados Unidos.
"Devolvam o avião e a tripulação!", gritavam cerca de 35 trabalhadores da Conviasa, uniformizados com camisetas e bonés da empresa, do lado de fora da delegação diplomática.
O 747 aterrissou na Argentina em 6 de junho com uma carga de autopeças do México. Sem poder reabastecer em Buenos Aires, devido às sanções, a aeronave partiu em 8 de junho para Montevidéu, mas as autoridades uruguaias negaram entrada e o avião teve que retornar ao aeroporto de Ezeiza, onde sua apreensão foi determinada judicialmente.
A Justiça abriu uma investigação contra a tripulação, composta por 14 venezuelanos e cinco iranianos. Na semana passada, o juiz responsável pelo caso permitiu que 12 tripulantes deixassem a Argentina, embora essa decisão esteja sendo apelada.
Velásquez mencionou que os tripulantes estão sendo investigados por "espionagem e terrorismo". "Eles ainda não foram chamados para depor, sua legítima defesa está sendo violada."
O serviço de inteligência paraguaio já havia ligado um dos tripulantes iranianos à Força Al Quds, um grupo de elite da Guarda Revolucionária Iraniana classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos.
Semanas depois, um tribunal americano pediu à Argentina que apreendesse o avião, argumentando que "as leis foram violadas" quando foi vendido à Venezuela pelo Irã, também alvo de sanções.
A entrada dos Estados Unidos no caso elevou o tom do chavismo, com discursos de protesto e manifestações de rua.
Pedro Carreño, deputado governista que integrou a delegação, disse que o embaixador mostrou "a maior vontade" de colaborar.
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