Assessoria/Prefeitura
Publicada em 25/08/2022 às 09h12
Peixes, aves, hortaliças, açaí, farinha, frutas, entre outros. Esses são alguns dos produtos comercializados nas Feiras Livres de Porto Velho, vindos da agricultura familiar e do trabalho de pequenos produtores. A oferta desses produtos mais frescos e naturais atraem cada vez mais a população.
"Além dos preços serem mais acessíveis, também tem a qualidade, com produtos sempre fresquinhos. Como sou paraense, sempre que posso, venho à feira para comprar peixes frescos para as refeições da semana. Aqui é um lugar que vende produtos de qualidade e com muita variedade", falou o militar aposentado da reserva, Roberto Lobato, de 64 anos.
Wellington Martins vende peixe há 13 anos em feiras da capitalA barraca onde o aposentado compra os peixes é do feirante Wellington de Laia Martins, que trabalha no ramo da peixaria há 13 anos. A “Barraca do Gaúcho”, como é chamada, vende até 28 espécies de peixes da região, em todas as sete Feiras Livres que acontecem na cidade.
“Em Porto Velho a demanda por peixe é muito alta e o pessoal daqui gosta muito de feira. Como temos muitos rios, temos também muitas variedades de espécies e, assim, a gente consegue trabalhar com um público bem grande, porque cada um gosta de uma coisa”, falou o feirante.
Wellington é um dos 350 feirantes cadastrados na Secretaria Municipal de Saneamento e Serviços Básicos (Semusb). Esses trabalhadores, geralmente, atuam em todas as sete feiras da cidade, das 6h às 13h, de terça a domingo.
“A vida de feirante não é fácil. A gente acorda às 4h da manhã e sai quase às 16h. Muitos não imaginam a logística que é chegar, montar a banca e depois desmontar tudo de novo debaixo de um sol forte. Não é algo fácil”, relata o feirante Wellington.
Consumidores buscam preço e produtos frescos em feiras livresRENDA DA FAMÍLIA
Wellington escolheu a profissão de feirante tentando buscar mais oportunidades e renda. Ele conta que saiu do interior rumo à capital em 2009 para seguir carreira militar, mas buscou na peixaria o sustento da sua família.
“Só com a renda do quartel não dava para seguir o meu foco. Lá no interior, onde eu morava, tinha pequenos produtores de peixe que não tinham como escoar e comecei a trazer os peixe por incentivo deles. Procurei a fiscalização da feira e vi como funcionava. Graças a Deus, o meu negócio hoje está indo muito bem. Hoje trabalham três famílias comigo”, falou.
CLIENTES E AMIGOS
Com anos de experiência, Wellington afirma que uma das melhores partes de trabalhar na Feira Livre é conhecer pessoas todos os dias. Grandes amizades e até ajuda em momentos difíceis.
“Eu já tive clientes que, em situações ruins, me deram conselhos e até ajuda financeira. Aqui fiz muita amizade, tanto que tem gente que vem à feira só pra ficar conversando. Tem gente que vem só para ver o movimento, já que a feira também é cultura", falou o peixeiro.
Feira livre é importante geração de renda para famílias na capitalPRODUTOS FRESCOS
Wellington explica que os peixes são mercadorias muito procuradas em Porto Velho, devido aos rios e tradições regionais. Ele conta que, cada vez mais, os clientes prezam por comprar produtos frescos.
"Não era mais viável produzir, porque o lucro era muito pequeno devido aos custos de armazenagem. Agora, compro os peixes frescos, todos os dias, com fornecedores que pescam tanto em cidades próximas do Amazonas, como no distrito de Jaci-Paraná, Ariquemes, além dos rios Jamari, Candeias e na região do Baixo Madeira", falou o feirante.
O comerciante explica que o processo de armazenagem dos produtos, além de precisar de logística e custos, também compromete a qualidade dos peixes. Por este motivo, o feirante encontrou uma forma de evitar que os produtos estraguem e ainda ajudar outras pessoas.
"Quando eu vejo que o peixe não dá mais para ir para a feira do outro dia, faço doação. Podemos deixar de ganhar mais, mas não deixamos de ajudar o outro", finalizou o feirante.
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