Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 27/08/2022 às 09h48
Órgãos de comunicação de Rondônia (escrita, falada, televisada, eletrônica) já estão divulgando pesquisas, devidamente registradas na justiça eleitoral visando as eleições gerais de outubro próximo. O que mais chama a atenção do eleitorado do Estado, cerca de 1,2 milhão é para o cargo de governador e à a única das três vagas ao Senado, a chapa majoritária.
A mobilização também é grande nas eleições proporcionais, que elegem os deputados federais e estaduais. Rondônia tem 24 cadeiras na Assembleia Legislativa (Ale) e oito vagas na Câmara Federal. Mas a força eleitoral está mesmo em quem será o próximo governador e à vaga no Senado, a chapa majoritária.
Nas primeiras pesquisas, estimuladas e espontâneas é possível notar, que o eleitor, quase sempre escolhe um dos nomes indicados pelo pesquisador. Outro fator notório é que o índice de eleitores indecisos, brancos e nulos não é dos mais elevados, quando há estimulação.
Quando a pesquisa é espontânea os votos brancos, nulos e indecisos ganham maior destaque, bem diferente de quando o trabalho de campo é estimulado. Os números mostram, que cerca de 60% dos entrevistados não tem em mente um candidato definido.
A rejeição, que é pouco considerada quando se trata de pesquisa eleitoral deveria ser analisada com maior cuidado pelos candidatos e seus assessores. Rejeição é item fundamental numa eleição e, geralmente, através dela é possível identificar, quem poderá chegar à frente em uma disputa eleitoral, via voto popular.
A maioria dos políticos, mais os veteranos têm rejeição elevada, o que é normal. Quem milita na política, sabe que rejeição faz parte do “currículo” dos políticos. Basta observar a situação dos principais candidatos à presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) e Lula da Silva (PT). Ambos são adorados ou odiados. Não há como transferir votos de um para o outro. A intolerância é tamanha, de ambos os lados, que há preocupação com a expectativa de eleições tranquilas à presidência da República.
No caso de Lula e Bolsonaro também há o radicalismo, que é perigoso e preocupante. A situação se agrava com intervenções inconstitucionais, desnecessárias e inoportunas de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) como o impedimento de telefone celular na hora de votar. É excesso de zelo ou de autoridade? Liberdade de expressão é formalidade, ou direito, lei?
Retornando ao assunto rejeição. Político que não tem rejeição, não tem voto. O ex (prefeito, governador, senador) Ivo Cassol (PP) é um dos campeões quando se trata de rejeição. Mas sempre está, ou é o mais bem votado nas eleições em que participou. E o que é importante: não perdeu em nenhuma oportunidade.
O governador Marcos Rocha (UB) busca a reeleição. Por estar no poder e ser bolsonaristas também tem rejeição acima da média, mas plenamente cabível dentro do processo eleitoral.
A situação não é diferente para o senador Marcos Rogério, candidato do PL ao governo. Foi um defensor ferrenho nacionalmente de Bolsonaro na CPI da Covid-19 e é odiado pelos lulistas. Normal.
O deputado federal Léo Moraes (Podemos), também concorrente à sucessão estadual não tem proximidade política com Lula e nem com Bolsonaro, por isso sua rejeição é mediana. Se souber explorar a situação poderá levar vantagem e conseguir votos de ambos os lados.
Para o Senado temos Expedito Júnior (PSD), bom de voto, mas também de rejeição. O senador Acir Gurgacz (PDT) é político jovem, atuante nas urnas e com rejeição elevada. Não é por acaso e sim o fenômeno que atrapalha, mas também ajuda.
O empresário Jaime Bagattoli, do PL, que concorre ao Senado foi muito bem votado ao mesmo cargo em 2018, quando chegou em terceiro com mais de 200 mil votos. Sua votação é das mais esperadas, pois hoje, ele já convive com a rejeição, antes mínima, porque estava fechado com Bolsonaro. Foi bem votado, mas não se elegeu. A proximidade com Bolsonaro este ano, será positiva ou negativa?
As deputadas federais Mariana Carvalho (PRB) e Jaqueline Cassol (PP) já demonstraram que são atuantes nas urnas em eleições anteriores. Mariana passou pela câmara de vereadores de Porto Velho, antes da Câmara Federal. Jaqueline já foi direto a federal. A rejeição de ambas não é baixa, mas sempre são bem votadas.
A carga de rejeição, geralmente é sinônimo de político bom de voto. Lógico que exagero acaba sendo prejudicial. Nada em excesso faz bem, inclusive água, por mais pura que seja, se houver exagero em ingeri-la a pessoa acabará tendo problemas estomacais.
O eleitor mais seletivo, aquele que gosta de analisar bem os candidatos antes de votar, deve levar em consideração a rejeição. Desde que não seja em excesso, está dentro da realidade de qualquer cidadão que dispute cargo público. É um termômetro, pois quem vota com o cérebro, que infelizmente não é a maioria, que é movida pelo estômago, deve colocar entre as prioridades a rejeição, que faz parte do processo político eleitoral.
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