AFP
Publicada em 30/08/2022 às 14h47
O Vaticano esclareceu nesta terça-feira (30) a posição do papa Francico sobre a Ucrânia e denunciou uma "guerra bárbara desencadeada pela Rússia", após uma declaração sobre a filha de um ideólogo russo que irritou a diplomacia ucraniana.
"As palavras do Santo Padre sobre o dramático assunto devem ser lidas como uma voz levantada para defender a vida humana e os valores associados a ela, e não como uma posição política", disse a Santa Sé em comunicado.
Na quarta-feira (24), durante sua audiência geral semanal, Francisco se referiu à "pobre moça que detonou uma bomba sob o assento de um carro em Moscou", referindo-se à morte de Daria Dugina, jornalista e cientista política de 29 anos, filha do considerado ideólogo do presidente russo Vladimir Putin, Aleksandr Dugin.
Essa frase provocou uma reação inédita do embaixador da Ucrânia na Santa Fé, Andrii Yurach, que classificou o discurso do papa como "decepcionante" em um tuíte.
No dia seguinte, o núncio apostólico na Ucrânia foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores em Kiev.
"Quanto à guerra em larga escala na Ucrânia, desencadeada pela Federação Russa, as intervenções do Santo Padre são claras e sem equívocos ao condená-la como moralmente injusta, inaceitável, bárbara, sem sentido, repugnante e sacrílega", acrescenta o comunicado.
Francisco, que não deixou de condenar a guerra e nem de manter uma abertura diplomática com a Rússia, reiterou no final de julho seu "desejo" de viajar para a Ucrânia, sem especificar uma data.
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