France Presse
Publicada em 10/09/2022 às 09h00
O Exército ucraniano disse neste sábado (10) que suas forças fizeram avanços importantes no leste do país, como parte de uma contraofensiva para recapturar territórios tomados pelos russos nos primeiros dias da invasão.
"As tropas ucranianas estão avançando no leste da Ucrânia, liberando mais cidades e vilarejos. Sua bravura, juntamente com o apoio militar ocidental, está produzindo resultados extraordinários", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, em um comunicado divulgado nas redes sociais.
"É crucial continuar enviando armas para a Ucrânia. Derrotar a Rússia no campo de batalha significa uma vitória para a paz na Ucrânia", acrescentou.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, chegou à capital ucraniana em uma visita surpresa, a fim de mostrar o apoio de seu país à Ucrânia contra a Rússia, disse ela.
Neste sábado, as forças ucranianas afirmaram ter entrado em Kupiansk, uma cidade do leste que está sob controle russo há meses. As forças especiais postaram fotos nas redes sociais mostrando seus combatentes "em Kupiansk, que sempre será ucraniana". Em outra mensagem, um oficial regional postou uma imagem com soldados ucranianos na cidade e escreveu que "Kupiansk é a Ucrânia".
Na noite de sexta-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky anunciou que suas tropas haviam retomado cerca de 30 cidades no nordeste do país, na região de Kharkiv, como parte dessa contraofensiva.
Já o Ministério da Defesa russo anunciou na sexta-feira o envio de forças à região e divulgou um vídeo mostrando vários caminhões militares transportando canhões e veículos blindados.
A maior cidade até agora reconquistada pelas tropas ucranianas é Balaklia, onde cerca de 30.000 pessoas viviam antes da guerra. Alguns relatórios sugerem que as forças de Kiev avançaram mais para leste, mas esses dados não puderam ser verificados.
"O tempo que for necessário"
Tomar centros urbanos como Kupiansk e Izium pode ser um duro golpe para a capacidade da Rússia de manter suas posições na linha de frente oriental.
Em Grakove, localidade recapturada pelas forças ucranianas, foram derrubados postes e cabos de energia, constataram jornalistas da AFP. Nas casas abandonadas, cães e gatos de rua tentavam encontrar comida.
"Foi aterrorizante, havia bombardeios e explosões em todos os lugares", disse Anatoly Vasiliev, 61, um dos poucos moradores que permaneceram no vilarejo.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, visitou Kiev pela segunda vez neste sábado desde o início do conflito, em 24 de fevereiro, uma semana depois que o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmygal, viajou a Berlim, onde voltou a pedir mais armas.
"Eu viajei para Kiev para mostrar que eles podem continuar a contar conosco", disse Baerbock em comunicado, assegurando que a Alemanha continuará apoiando Kiev "pelo tempo que for necessário, com suprimentos de armas, apoio humanitário e financeiro".
Nas últimas semanas, a Alemanha enviou obuses, lançadores de foguetes e mísseis antiaéreos para a Ucrânia, parte de um arsenal de armamento fornecido pelo Ocidente que, segundo observadores, pode ter prejudicado as capacidades militares da Rússia.
Sua visita seguiu outra do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que prometeu quase US$ 3 bilhões em ajuda militar à Ucrânia e países vizinhos na quinta-feira.
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