Rondoniadinamica
Publicada em 17/09/2022 às 09h25
Porto Velho, RO – De acordo com a última pesquisa apresentada pelo instituto Real Time Big Data, contratada pela Rede Record de Televisão, os candidatos “oficiais” do bolsonarismo em Rondônia, ao menos no campo majoritário, estão bem abaixo da expectativa.
Marcos Rogério, do PL, a despeito de estar em segundo lugar no cotejamento, mantém distância de 16 pontos atrás do adversário Coronel Marcos Rocha, do União Brasil, atual mandatário do Palácio Rio Madeira, logo postulante à reeleição.
Aliás, foi Rogério quem entrou na Justiça Eleitoral para evitar a proliferação da primeira rodada lançada pelo mesmo instituto: por óbvio, naquela oportunidade, os números também não eram favoráveis ao senador da República.
O congressista lançou mão do expediente legal também para proibir Rocha de usar a imagem de morador do Palácio do Alvorada em suas veiculações políticas. Em decorrência disso, foi admoestado de maneira subliminar quando Jair Bolsonaro participou do programa Pânico, da Rede Jovem Pan.
Ele nega que o recado apresentado tenha sido dado em sua direção, jogando o sermão subjetivo para Santa Catarina, na conta do correligionário Jorjinho Mello.
Membros do comitê de Mello, por sua vez, lançaram a “batata quente” de volta à Região Norte.
E o episódio ficou por isso.
Melhor sorte não acompanha o pecuarista Jaime Bagattoli, também da sigla de Valdemar Costa Neto.
Ele surge com apenas 7% das intenções de voto, atrás de Jaqueline Cassol, do Progressistas (21%); Mariana Carvalho, do Republicanos (21%); Expedito Júnior, do PSD (20%); e Acir Gurgacz, do PDT, com 8%.
As porcentagens, ao menos por ora, evisceram uma obviedade: as credenciais de Messias como fio condutor de votos a terceiros, no formato “tsunami”, ou seja, naquela grande onda vista em 2018, chegou a termo.
Não é mais como era antes.
E uma leve expressão dessa perda de força em termos de “contágio eleitoral” foi vista em 2020, quando o deputado Eyder Brasil, à época do PSL, hoje no PL, tentou ser prefeito de Porto Velho.
Apesar de gastar mais de um milhão de reais, acabou em nono lugar, saindo da peleja já no primeiro turno numa disputa em que havia 15 postulantes – contando com ele.
Ramon Cujuí, do PT, uma força política de esquerda, fez 1.449 votos a mais que o militar, encerrando sua participação em oitavo lugar, uma posição à frente de Brasil.
Ou seja, a logística eletiva do “bolsonarismo” como simbiose, ou, melhor dizendo, naquele modelo em que se bota o chefe da Nação no ombro entoando paralelamente mantras do conservadorismo pensando ser método suficiente para chegar ao Poder, acabou.
Isso não quer dizer que Jair Bolsonaro, por si, não tenha força; também não quer dizer que seus apoiadores também não tenham.
A realidade, escancarada pelos números e suas consequências no campo empírico, apresenta uma sociedade pouco mais cautelosa em relação às promessas messiânicas.
Por isso tem optado por aliar suas preferências ideológicas às execuções práticas, realizações, trabalhos feitos, histórico, enfim, todo o contexto relacionado à biografia política dos postulantes.
Em suma, ser o candidato de Jair Bolsonaro e automaticamente eleger-se é coisa de quatro anos atrás.
Ainda há tempo para os “oficiais” virarem o jogo; necessitam, entretanto, apostarem mais em suas próprias conquistas e muito menos na popularidade alheia.
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PESQUISA CITADA REAL TIME BIG DATA:
O instituto ouviu 1.000 pessoas, nos dias 13 e 14 de setembro. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento foi encomendado pela Record TV e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RO-02461/2022.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2022/09/ultima-pesquisa-e-sintomatica-em-rondonia-candidatos-oficiais-do-bolsonarismo-nao-estao-bem-no-campo-majoritario,141929.shtml