AFP
Publicada em 05/10/2022 às 14h47
Ao menos quatro pessoas morreram e 25 ficaram feridas nesta quarta-feira (5), em Cabul, em atentado a bomba em uma mesquita em um estabelecimento do Ministério do Interior, o segundo em menos de uma semana na capital afegã.
Desde que o Talibã assumiu o poder, em agosto de 2021, a segurança está entre suas principais prioridades, mas nos últimos meses os ataques aumentaram e membros do governo tentam subestimar esses incidentes.
O porta-voz do Ministério do Interior, Abdul Nafy Takor, disse que a explosão ocorreu em uma mesquita do ministério onde os fiéis estavam realizando as orações do meio-dia.
"Quatro fiéis foram martirizados e outros 25 ficaram feridos", disse ele em um comunicado, indicando que uma investigação está em andamento.
Takor havia relatado anteriormente que a explosão "ocorreu à distância do ministério, em uma mesquita onde alguns funcionários e visitantes costumam rezar".
O hospital Emergency de Cabul, que é operado por uma ONG italiana, afirmou ter recebido 20 pacientes, todos homens, e disse que duas pessoas chegaram mortas.
Ao chegar ao hospital, os feridos relataram que o ataque foi realizado por um camicaze, disse o diretor de Emergência para o Afeganistão, Dejan Panic, em comunicado.
"Eles afirmaram que viram um homem que explodiu um dispositivo", explicou Panic.
- Aumento dos ataques -
A volta ao poder do Talibã marcou o fim de duas décadas de guerra, com redução da violência, mas os ataques se multiplicaram nos últimos meses.
Muitos deles são reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), que ataca principalmente comunidades minoritárias como xiitas, sufis e sikhs, mas que também atacou o Talibã.
Na sexta-feira, um ataque suicida em um centro de ensino de Cabul deixou 53 mortos, entre eles pelo menos 46 meninas e mulheres, segundo balanço da missão da ONU no Afeganistão. As estudantes haviam se reunido para fazer uma prova de vestibular.
As autoridades talibãs mantêm um balanço de 25 mortos e 33 feridos.
Este ataque, cometido em um bairro que abriga a minoria xiita hazara, não foi reivindicado.
No fim de semana, houve manifestações esporádicas lideradas por mulheres em Cabul e em outros lugares para denunciar esse ataque. Os protestos foram reprimidos pelas forças do Talibã, que dispararam tiros para o alto para dispersar as manifestantes.
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