AFP
Publicada em 11/10/2022 às 09h09
O chanceler alemão, Olaf Scholz, alertou nesta terça-feira (11) que o gigantesco plano de investimento americano para a transição climática pode provocar "uma enorme guerra tarifária", ao discriminar empresas estrangeiras.
Ratificada neste verão (inverno no Brasil), a Lei de Redução da Inflação (ou "Inflation Reduction Act") lançada pelo presidente Joe Biden é considerada o maior investimento já feito na luta contra a mudança climática. Prevê US$ 370 bilhões para a construção de parques eólicos, painéis solares e veículos elétricos.
Alguns dispositivos geraram mal-estar no exterior, como a dedução fiscal para a compra de um carro elétrico fabricado nos Estados Unidos, com bateria também produzida no país.
"Falaremos com mais profundidade da lei sobre a redução da inflação com nossos amigos americanos", declarou Scholz, em uma reunião da federação de engenharia e mecânica, a VDMA, em Berlim.
"Os políticos de cada país não podem dizer: 'Colocamos em prática uma proteção climática, querida indústria, ouviu que estamos protegendo você da concorrência dos outros?'", acrescentou.
"Teríamos uma enorme guerra tarifária", alertou Scholz, cujo país abriga as gigantes automobilísticas Volkswagen, BMW e Mercedes, em um pedido de cooperação internacional mais estreita sobre as medidas de proteção climática e comercial.
No mês passado, o comissário europeu de Comércio, Valdis Dombrovskis, disse à agência de notícias Bloomberg que os 27 países-membros da União Europeia estavam preocupados "com um certo número de elementos discriminatórios", acrescentando que o bloco avaliaria se a nova lei americana viola as regras do bloco.
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