AFP
Publicada em 11/10/2022 às 14h51
Nikolas Cruz, o jovem americano que matou 17 pessoas em uma escola de ensino médio da Flórida em 2018, planejou um "massacre sistemático", declarou o promotor do caso nesta terça-feira (11), antes de pedir a pena de morte ao acusado.
Após quase três meses de audiências em Fort Lauderdale, norte de Miami, a acusação e a defesa do réu apresentam suas alegações finais perante o júri encarregado de decidir a sentença do assassino: pena de morte ou prisão perpétua.
"A sentença apropriada para Nikolas Cruz é a pena de morte", declarou o promotor Michael Katz, após declarações finais em que insistiu na natureza premeditada do massacre.
Em 14 de fevereiro de 2018, Cruz, então com 19 anos, entrou na Marjory Stoneman Douglas High School com um fuzil semiautomático AR-15, de onde havia sido expulso um ano antes por motivos disciplinares.
Em apenas nove minutos, o jovem matou a tiros 14 alunos e três funcionários da escola e feriu outras 17 pessoas. Na sequência, fugiu do local e se escondeu entre as pessoas retiradas do prédio.
Foi preso pela polícia logo depois, quando estava andando pela rua depois de ter ido a um restaurante de fast-food.
Cruz se declarou culpado no ano passado e o júri deve decidir seu destino a partir de quarta-feira.
Se seus membros - sete homens e cinco mulheres - não votarem unanimemente a favor da pena capital, Cruz será condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
No início de sua argumentação, o promotor principal, Michael Satz, insistiu na natureza premeditada do massacre, detalhando os preparativos do réu antes do tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School em Parkland, uma pequena cidade ao norte de Miami.
"O que (Cruz) queria fazer, seu plano, o que ele fez, foi assassinar as crianças da escola e seus cuidadores", afirmou Satz.
"Foi calculado, foi intencional e foi um massacre sistemático", acrescentou sobre os fatos, assegurando que o jovem escolheu o dia de São Valentim de propósito.
Cruz, vestido com um suéter bege com listras cinza, ouvia com a cabeça baixa, às vezes enterrando a cabeça nas mãos, enquanto o promotor descrevia minuciosamente sua jornada criminosa pelos corredores do colégio.
Os advogados do jovem de 24 anos farão suas alegações finais em seguida. Espera-se que eles usem a infância traumática de Cruz para pedir clemência ao júri.
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