Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 22/10/2022 às 09h59
A Opinião de hoje (22) poderia ser veiculada no próximo sábado (29) véspera das eleições em segundo turno a presidente da República e a governador de Rondônia, assim como em outros onze Estados da Federação, devido ao tema, que é relevante e preocupante: a radicalização e a violência na campanha de Lula (PT) e Bolsonaro (PL). Sem citar “A” ou “B, a truculência e a prepotência fazem da campanha eleitoral ao cargo político máximo do País, uma “guerra” eletrônica e em muitos casos física, que deverá prejudicar de forma direta o futuro social principalmente, além de o econômico e político do Brasil.
Desde o encerramento da campanha eleitoral no primeiro turno, quando Lula chegou à frente com pouco mais de 6 milhões de votos à frente de Bolsonaro, teve início uma euforia, para não dizer ignorância de ambos os lados da política do “já ganhei” viando as eleições do segundo turno, do próximo dia 30. Não há lugar público onde se frequente, que o tema não seja a eleição presidencial e, quase sempre, abordado de maneira torpe, agressiva, violenta e, em muitos casos até com mortes.
Um político dos mais atuantes de Rondônia, simples, mas privilegiado pela “Universidade da Vida”, hoje alijado de a política regional devido a uma série de circunstâncias aleatórias, que o atingiram dizia com muita propriedade a frase: “política não se faz com ódio”. E está coberto de razões, pois política é um Poder provisório, não é eterno, por isso mais do que nunca é necessário somar, respeitar, projetar, agir, dividir jamais.
Até passado recente, antes das redes sociais, as campanhas eleitorais eram motivo de festa, não de violência. Os famosos comícios reuniam multidões nas ruas para ouvir –e ver– para chegar mais perto dos seus candidatos. Desentendimentos, brigas, também ocorriam, porque também existia o fanatismo, mas não ao exagero dos dias atuais via redes sociais, grande parte composta de militantes e não de participantes, onde são publicadas “informações” nada republicanas com ataques pessoais, que só incentivam à violência.
E o problema não ocorre somente nas redes sociais. Os dois candidatos que estão disputando a preferência do eleitorado brasileiro (Lula e Bolsonaro) extrapolam em seus pronunciamentos, intervenções, debates e contatos com o eleitorado, seja via eletrônica, no rádio, na TV ou encontros públicos. A preocupação maior dos dois candidatos é atacar, buscar defeitos no adversário, desqualificar as qualidades, jamais reconhecer virtudes.
Infelizmente não ocorre uma campanha com propostas, soluções, projetos seguros, viáveis. Um ataca, porque é oposição e nada que o outro faz está correto, mesmo que seja com a maioria das ações de acerto. Outro, porque é situação e nada do que o outro fez teve algum benefício para a maioria da população. Propostas concretas, viáveis, de real interesse da comunidade são poucas, por isso o nível bem abaixo da crítica da campanha presidencial deste ano, além da violência.
Como estamos entrando na reta final da campanha mais do que nunca, o eleitor deve pesar muito bem o seu voto. É essencial que os candidatos saibam, que para convencer é preciso persuadir e não se impor.
As eleições de domingo (30) preocupam. Com a proximidade do dia da votação a pressão aumenta e a população, que hoje está ligada em tudo o que ocorre no mundo, de bom e ruim, devido as redes sociais terá uma semana onde as investidas serão mais agressivas entre os candidatos e, não se pode ignorar, que tanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como a Corte Suprema, o Superior Tribunal de Justiça (STF) também colaboram com o crescimento da violência entre os eleitores, porque interferem com ações condenáveis num país que se diz democrático, como a censura a órgãos de comunicação ignorando a Constituição Federal, que é, ou seria, a guardiã das instituições citadas.
A esperança é que o povo se conscientize, que a semana seja de campanha político-eleitoral e não de agressões e violências, verbais ou físicas, que tenhamos eleições pacíficas e que o eleitor escolha o presidente da República. No caso de Rondônia, também o governador e em Vilhena o prefeito, porque o anterior (Eduardo Japonês-PV) foi cassado devido a crime eleitoral nas eleições de 2020, quando se reelegeu.
Mais do que nunca é necessário exercer a política na sua essência: civilidade, cortesia, polidez, urbanidade, educação, delicadeza, administração, dentre outras ações.
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