Professor Nazareno
Publicada em 02/11/2022 às 09h00
A vitória de Lula e do PT nas eleições presidenciais do Brasil foi comemorada no mundo inteiro. Não foi apenas uma vitória política de um simples partido ou de uma tendência ideológica mais progressista. Guardadas as devidas proporções, o mundo e principalmente o Brasil inteiro respiraram aliviados com a derrota de Jair Messias Bolsonaro e de tudo de ruim que ele e seus fanáticos seguidores sempre representaram. Assim como a derrota de Donald Trump nos Estados Unidos, o planeta todo respirou muito mais tranquilo com a saída de Bolsonaro do Planalto. Mal educado e grosso, o mandatário brasileiro ainda não reconheceu a sua retumbante derrota passadas mais de 40 horas do pleito que o devastou. Já o Biden, presidente dos EUA, confirmou a vitória do Lula uns 40 minutos depois da confirmação pelo TSE do sucesso do petista. Um recorde.
Avesso aos bons costumes e à boa educação, Bolsonaro demorou quase 40 dias para reconhecer a vitória do atual presidente norte-americano. A demora em entender que perdeu as eleições no Brasil para a esquerda pode estar no fato de ser uma reação dele para “melar o jogo” e não sair facilmente do poder. Aliás, como fez o seu ídolo lá nos Estados Unidos. Por aqui, inconformados com a humilhante derrota que sofreram nas urnas, muitos caminhoneiros bloquearam as estradas do país pedindo um golpe militar e a consequente anulação das eleições. Talvez insuflados pelo presidente e também pelos bolsonaristas mais exaltados, esses trabalhadores mostram ao mundo a sua intolerância e o seu pouco ou nenhum apreço pela democracia. Precisam respeitar as leis e entender as regras do jogo. Por isso, o bolsonarismo sem o Bolsonaro pode desaparecer para sempre.
O mundo civilizado assim como grande parte dos brasileiros ainda estão com muito medo do Bolsonaro e do bolsonarismo mais radical. Acuado e calado, o infeliz pode usar essa paralisação absurda dos caminhoneiros para ser o “presidente do caos” e dessa maneira dar um golpe na nossa frágil democracia. Engana-se, no entanto, quem pensa que o aprendiz de miliciano e genocida está em silêncio: inconformado com a derrota, faz muito barulho ao não condenar os atos antidemocráticos como esse de alguns caminhoneiros. A verdade é que a partir de agora, dos generais aos soldados rasos, dos marechais e almirantes até os brigadeiros, todos deverão bater continência para o ex-metalúrgico que muitos chamaram de ladrão. Lula, diferente do Bolsonaro, tem o respeito do mundo inteiro. Da China ao Índico. Dos EUA à Europa. Da América Latina à África.
Agindo assim, Jair Bolsonaro tem que ser varrido da política para sempre. Ele tem sido um terrível mal para o Brasil e também para boa parte do mundo, que o odeia. O seu negacionismo da ciência, o atraso das vacinas contra a Covid-19, a falta de oxigênio em Manaus, a falta de boas maneiras, o descaso, o ódio e também as suas infames, toscas, cruéis e desrespeitosas declarações debochando dos quase 700 mil mortos pela pandemia no Brasil são uma prova cabal de sua malignidade, da falta de humanidade e do seu desumano e insensível caráter. O deputado André Janones, por exemplo, o acusa de ter insuflado a atual greve dos caminhoneiros. Por isso, grande parte dos eleitores que votaram em Lula não o fizeram por apoiar o petista, mas simplesmente para se livrar do Bolsonaro e de sua agressiva forma de agir. O mundo festejou sua derrota. Bolsonaro se vai, mas infelizmente sua marca ainda ficará por um bom tempo entre os seus seguidores.
*Foi Professor em Porto Velho.
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