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Publicada em 04/11/2022 às 14h50
Investing.com – O presidente da China, Xi Jinping, fez um alerta explícito para que Rússia se abstenha de usar armas nucleares na Ucrânia, em um dos mais claros sinais do desconforto de Pequim com o conflito iniciado por seu parceiro estratégico mais importante.
A comunidade internacional deve “se opor conjuntamente ao uso, ou ameaça de uso, de armas nucleares”, afirmou um comunicado publicado pela Xinhua, agência oficial de notícias da China, nesta sexta-feira.
“Armas nucleares não podem ser usadas; não se pode desencadear uma guerra nuclear, para que não se crie uma crise nuclear” na Europa ou na Ásia, acrescentou.
Os comentários são o mais claro alerta já feito ao presidente russo Vladimir Putin para que não haja uma escalada ainda maior de um conflito que cada vez mais se volta contra a própria Rússia no campo de batalha, apesar da decisão formal de Moscou de anexar quatro regiões no leste e no sul da Ucrânia no início de outubro. As forças ucranianas têm avançado firmemente na região sul de Kherson nas últimas semanas, forçando a administração da ocupação russa a evacuar a capital da província antes de um ataque.
Os países ocidentais também mantiveram o fornecimento de auxílio financeiro e militar à Ucrânia, frustrando os planos de Putin de promover o dissenso ao cortar o abastecimento de gás para a Europa Ocidental.
No momento da anexação, Putin disse que empregaria “todos os meios disponíveis” para defender suas conquistas na Ucrânia, independente da falta de reconhecimento internacional do movimento. Desde então, diversas reportagens têm sugerido que militares russos estão discutindo ativamente como e em quais circunstâncias um dispositivo nuclear tático poderia ser usado no país vizinho, mesmo que sem a participação de Putin. De acordo com a legislação da Federação Russa, Putin é a única pessoa capaz de ordenar um ataque nuclear.
A declaração ocorreu durante uma visita oficial do chanceler alemão Olaf Scholz e representa uma espécie de golpe diplomático para Scholz, cuja economia está sendo duramente afetada pela interrupção do fornecimento do gás da Rússia. A maior economia da Europa está entrando em recessão, por conta da disparada dos preços de energia, responsável por acabar com o lucro de grande parte do parque industrial do país. Os mesmos problemas de energia estão afetando a renda disponível na Alemanha e na Europa de maneira mais ampla.
Esses eventos também têm implicações preocupantes para a China, na medida em que sua economia depende das exportações para os mercados ocidentais. O próprio crescimento da China ficou bem abaixo da meta oficial de 5,5% neste ano, com o Produto Interno Bruto se expandindo apenas 3,9% no ano no 3º tri.
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