G1
Publicada em 05/11/2022 às 10h17
O Brasil teve 759.175 celulares bloqueados contra roubos e perdas até setembro de 2022, de acordo com dados contabilizados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), através do Cadastro de Estações Móveis Impedidas (CEMI). O número equivale a cerca de 2.781 bloqueios por dia.
O CEMI foi criado em 2000 para que operadoras de telefonia possuíssem um banco de dados que mostrasse quais eram os celulares que não deveriam ser usados. Desde então, 14,7 milhões de aparelhos foram bloqueados.
Após o pedido dos donos dos celulares, o bloqueio é realizado pelas operadoras através do IMEI (sigla em inglês para "Identidade Internacional de Equipamento Móvel"), uma espécie de "RG" de cada aparelho.
O celular registrado no CEMI pode ter o chip trocado mas será impedido de acessar a rede de todas as operadoras do Brasil para fazer ligações ou se conectar à internet móvel.
Isso dificulta que o aparelho seja revendido por receptadores, mas a tecnologia às vezes é driblada pelos criminosos, que clonam e adulteram IMEIs.
Mesmo com as possíveis falhas do bloqueio, o código é fundamental para o rastreio caso exista alguma chance de recuperar o aparelho.
Subnotificação
Apesar da importância do pedido de bloqueio junto à polícia e operadoras, 49% das pessoas não realizam esse procedimento corretamente com o IMEI, de acordo com pesquisa do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil).
O levantamento ainda mostrou que 48% das pessoas não registram um boletim de ocorrência na polícia.
Também subnotificados, os registros nacionais de roubo e furto de celulares têm média anual de 930 mil, de acordo com dados coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2018. A taxa é 27% menor do que a média dos bloqueios registrados no mesmo período.
Atualmente, época em que o celular virou a "nova carteira", o cuidado com a perda do aparelho é ainda mais importante, diz Carlos Ruiz, delegado titular da 3ª DCCiber (Divisão de Crimes Cibernéticos) da Polícia Civil de São Paulo.
"Esses autores de crimes que envolvam tecnologia também se atualizam com relação aos sistemas, mas principalmente com relação ao comportamento do usuário da tecnologia que muitas vezes deixa de tomar algumas medidas de segurança", diz.
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