Waldir Costa / Rondoniadinamica
Publicada em 19/11/2022 às 10h27
O Brasil passa por um momento muito delicado política, jurídica e socialmente em razão das manifestações em desfavor de Lula da Silva (PT), eleito presidente da República nas eleições em segundo turno no último dia 30 de outubro. A mobilização, nacional, teve início na mesma semana de as eleições e, apesar das intervenções policiais reabrindo estradas e evitando ações mais agressivas, o ato civil continua e preocupa, pois vivemos em um País, a princípio, democrático.
A polarização nas eleições a presidência da República, com Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que concorreu à reeleição foi notória, como se previa, desde o início da campanha eleitoral, logo após as convenções partidárias, que definiram os candidatos. Mais lideranças políticas concorrem, mas somente por formalidade, pois ninguém tinha dúvidas, que Lula e Bolsonaro estariam no segundo turno, inclusive com a certeza de reações agressivas, como ocorrem, não importando quem chegasse na cabeça.
Os eleitores e defensores de Bolsonaro, já pregavam durante a campanha, inclusive ele, que as urnas eletrônicas não eram confiáveis. Mas as eleições chegaram e as urnas foram utilizadas. Como o resultado não agradou, as manifestações bolsonaristas contestando o resultado tiveram início já no último dia do mês (31) de outubro e permanecem.
Devido a polarização, radical desde o início, a campanha foi agressiva com constantes ataques de ambos os lados, situação que também contagiou os eleitores. Os bolsonaristas, que as urnas eram violáveis e os lulistas criticando a economia nacional com prejuízos paras as famílias de menor poder aquisitivo.
Nas urnas o ex-presidente Lula somou 60.345.999 votos (50,90%) e Bolsonaro 58.206.354 (49,10%). Foi uma eleição das mais equilibradas, mas o resultado é contestado com manifestações permanentes em todo o País.
O que mais preocupa é a possibilidade de a mobilização não ter um paradeiro, o que acabará levando o País e um caos, pois devido ao bloqueio das rodovias e a paralisação da circulação dos caminhões das maiores transportadores do Brasil, o desabastecimento será inevitável. E já é possível notar, que o combustível já está faltando em vários estados, problema que se agrava a cada dia.
O desabastecimento que mais preocupa é de alimentos, que tende a desaparecer dos supermercados, pois não há reposição devido a paralisação do transporte. É importante lembrar, que o Brasil, com raríssimas exceções depende exclusivamente do transporte rodoviário para movimentar sua economia.
Apesar de a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estar agindo e desbloqueando trechos nas rodovias federais, 24 horas depois ocorrem novas mobilizações em pontos diferentes impedindo o direito de ir e vir das pessoas, ação inconstitucional, assim como as “canetadas” do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como se estivéssemos em período ditatorial, determinando mandados de prisão, bloqueio de contas de empresários, busca e apreensão, prisões e outras ações desnecessárias e ilegais em evidente ignorância à Constituição Federal, que o STF, por Lei é, ou seria, o guardião (?).
É um governo paralelo, mas com efeitos imediatos, pois não depende de aprovação do Congresso, um mero assistente a tudo o que acontece, apesar de a situação conturbada com manifestações em todo o País. É um Poder omisso, que a tudo assiste e nada faz. Por que?
Outra atitude desnecessária, chula, a do ministro do STF, Luiz Eduardo Barroso, que a exemplo dos demais, nunca teve um voto do povo, ao ser abordado por manifestantes em Nova Iorque. Disse “Perdeu Mané”, se referindo as eleições a presidente da República no Brasil denegrindo os eleitores de Bolsonaro. Acreditamos que mais de 58 milhões de pessoas que votaram no atual presidente não são “Manés”, e, como “O Poder emana do povo”, a frase totalmente dispensável do ministro poderá levar o País a uma situação, ainda, mais delicada, pela insensatez, arrogância.
Como estamos alertando há tempos, levar o Brasil a manifestações sociais mais agudas, não é bom para ninguém, muito menos para a democracia, pois não se pode confundir libertinagem com liberdade, principalmente, para quem é empregado do povo, que banca salários, com valores agregados e mordomias a Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada qual tem que exercer suas funções, que são bem específicas.
Hoje o Brasil está sendo governado de forma indireta pelo ministro Alexandre de Moraes, que se impõe perante a Constituição Federal, com o beneplácito do Congresso Nacional (senadores e deputados), que são coniventes, pois não se manifestam como deveriam, e impotência de o Executivo, que está com os braços da democracia atados, porque não tem o apoio de senadores e deputados, que foram eleitos pelo povo, mas ignoram que “O Poder emana do povo”, pois respeito é bom e todos gostam.
Caso manifestantes, governo, Congresso Nacional, STF não encontrem meios e formas de fechar um acordo que favoreça a todos, certamente o País irá parar definitivamente e, daí para frente nada será impossível, inclusive uma batalha campal, porque o Exército terá que assumir o comando das ações e, como a “arma” do povo é a força de grupo, o futuro, bem próximo é dos mais preocupantes.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2022/11/opiniao-respeito-e-bom-e-todos-gostam,146853.shtml