Rondoniadinamica
Publicada em 19/11/2022 às 10h41
Porto Velho, RO – À exceção vergonhosa de Marcos Rogério, do PL, o principal derrotado de 2022, que, detrás do muro, visa compor uma tentativa de golpe institucional contra a urna eletrônica junto a colegas de Senado, colocando subsequentemente em dúvida o processo eleitoral, os demais membros da bancada de Rondônia estão se posicionando de forma ainda pior. Isto, claro, se é que é possível ser pior.
Ficaram, portanto, em cima da estrutura de tijolos: ou só observando os movimentos antidemocráticos ganharem força; ou, pior, dando de ombros geral ao panorama de escalada violenta.
Há outros perdedores do pleito que ainda são deputados e outro senador. Perder nas urnas, no voto, da escolha do povo não é vergonha alguma; lado outro, largar o mandado no chão deixando o mundo prático a Deus dará, é. E além de vergonhoso é horrendo, ridículo, imoral e ao menos deveria ser também considerado uma espécie de prevaricação política.
Se para Marcos Rogério é fácil ficar atrás da mureta embalando a ala ilícita das manifestações com seus discursos atentatórios ao Estado Democrático de Direito, seguro, sem pegar chuva, sem passar calor, sem ter de recorrer à banheiros químicos, enfim, longe da linha de frente, aos demais é igualmente aconchegante.
“Empurrando o ano com a barriga” até que os novos membros do Congresso Nacional assumam suas funções, eles ficam aí, sorrindo em redes sociais, falando sobre emendas, vivendo a vida paralelamente ao caos que regressou às rodovias rondonienses.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em menos de 18 horas os bloqueios em estradas federais que passaram por Rondônia subiram de 10 para 14 pontos.
A despeito das decisões judiciais e das cobranças editoriais feitas, por exemplo, pelo Rondônia Dinâmica na última sexta-feira (18) pouca coisa foi feita.
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Autoridades de Rondônia precisam tomar medidas mais enérgicas após radicalização de protestos
De lá pra cá, ao menos o Ministério Público do Estado (MP/RO) tomou medidas práticas para ressoar no mundo empírico.
Em Ariquemes, manifestantes teriam usado uma escavadeira para destruir tubulação do reservatório da concessionária, a Companhia de Águas do município.
Membros dos órgãos de fiscalização e controle devem atuar a fim de refrear atos bestiais praticados de maneira isolada ou em grupo. A gravidade de a população ter de lidar com atos terroristas, por exemplo, que é o caso do que foi feito com a tubulação em Ariquemes, é porque a questão já saiu do controle.
E quando as instituições precisam fazer isso sozinhas porque as autoridades eleitas têm receio de se comprometer quando o “bicho” pega a postura de quem fica em cima do muro fortalece o discurso de quem se esconde atrás.
No caso, o silêncio dos demais políticos rondonienses reforça o papo furado de Marcos Rogério contra a urna eletrônica e seus resultados sempre respeitados até agora, convulsionando a parte barulhenta e potencialmente criminosa da população que não aprendeu a lidar com o fracasso. No fundo, um reflexo dele próprio. Rogério não poderia representá-los de maneira mais fiel não fosse um péssimo perdedor.
A diferença é que um pega sol, o outro não. Um pega chuva, o outro não. Um passa dificuldade, o outro não. Um dorme mal, o outro não. Um talvez até se importe, o outro com certeza não está nem aí. Um é a massa, o outro manobra.
É inegável, lado outro, que tenha método, objetivo e dê o rosto a tapa. Seus colegas nem isso. Preferem ver a selvageria tomar conta porque das Torres de Marfim onde moram ou na altura máxima dos muros em que se equilibram a virulência não chega à captura de seus olhos sensíveis.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2022/11/um-atras-do-muro-e-o-resto-em-cima-bancada-de-rondonia-ignora-retorno-da-radicalizacao-dos-protestos-nas-rodovias,146857.shtml