ANSA
Publicada em 23/11/2022 às 15h18
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, cobrou nesta quarta-feira (23) ações urgentes para combater a emergência humanitária no Mar Mediterrâneo.
"Ainda hoje o número de vítimas no mar continua a ser dramático e uma resposta política é cada vez mais urgente", declarou o religiono durante a inauguração do ano acadêmico da Faculdade Teológica de Nápoles.
De acordo com Parolin, "a situação atual do Mediterrâneo é o produto de três grandes movimentos migratórios que atravessaram a história antiga e a moderna".
"O fenômeno da mobilidade humana sempre esteve no centro da preocupação pastoral da Igreja com particular atenção, especialmente entre os séculos 19 e 20, quando as migrações ganharam dimensões massivas", lembrou.
Em seu discurso, intitulado "Mediterrâneo, lugar de conflito e laboratório de paz", o cardeal enfatizou que "o Mediterrâneo pode tornar-se concretamente um lugar de paz, mas somente se houver uma ampla vontade política que reconheça a unidade do mundo a partir das muitas diferenças que compõem esta região".
Parolin explicou ainda que, "nesta perspectiva, as crenças religiosas, que se rejeitam ao fundamentalismo e ao fanatismo cego, como está escrito no documento sobre Fraternidade Humana assinado em Abu Dhabi em 2019, podem desempenhar um papel muito precioso: ser a ponte entre a Ásia, a África e a Europa, ser cola das peças de um extraordinário e complexo quebra-cabeça".
Além disso, é uma oportunidade de ser "o princípio de uma integração entre os povos da fome e os da opulência, um desafio excepcional para a Igreja, para o Mediterrâneo e para toda a Europa".
A declaração é dada poucos dias após o poder Executivo da União Europeia apresentar um plano de ação com 20 medidas para combater a crise migratória na rota do Mediterrâneo Central e depois da tensão diplomática entre Itália e França por conta de um navio com 234 migrantes.
Hoje, inclusive, o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Matteo Zuppi, afirmou que espera que "a discussão sobre a cidadania ius soli (o princípio do direito de solo) seja resolvida em breve".
"Estamos encontrando a saída para que a oportunidade possa ser dado a muitos que querem ser italianos", concluiu Zuppi, à margem da Assembléia Nacional das Prefeituras Italianas (Anci) em Bergamo.
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