France Presse
Publicada em 13/12/2022 às 08h54
O Departamento de Energia dos Estados Unidos afirmou que vai anunciar, nesta terça-feira (13), um "grande avanço científico" na pesquisa da fusão nuclear.
A fusão nuclear pretende replicar o que acontece no coração do Sol: átomos de hidrogênio se unindo, em seu núcleo, para formar hélio. É esse processo que faz com que o Sol libere muita energia. Esse processo é diferente daquele usado nas usinas atuais — o de fissão nuclear, em que os núcleos dos átomos se dividem.
De acordo com o jornal Financial Times, cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), na Califórnia, conseguiram um "ganho líquido de energia" de um reator de fusão experimental.
Esta seria a primeira vez que os cientistas produziram com sucesso mais energia em uma reação de fusão - o mesmo tipo que energia alimenta o Sol - do que foi consumido durante o processo, um passo potencialmente importante na busca de energia sem carbono.
O Departamento de Energia e fontes do LLNL afirmaram à AFP que não poderiam comentar ou confirmar a informação do Financial Times, mas anteciparam que Jennifer Granholm, secretária de Energia dos Estados Unidos, anunciará um "grande avanço científico" nesta terça.
Uma porta-voz do LLNL acrescentou que "as análises ainda estão em curso". "Esperamos compartilhar mais na terça-feira, quando o processo estiver concluído", disse.
A fusão nuclear é considerada por alguns cientistas como a potencial energia do futuro, especialmente porque produz poucos resíduos e não emite gases de efeito estufa.
"Se este avanço na energia de fusão for verdade, isto pode mudar o jogo para o mundo", tuitou Ted Lieu, congressista do estado da Califórnia.
Avanços no Reino Unido
Na semana passada, cientistas do Reino Unido anunciaram que produziram uma quantidade recorde de energia por meio da fusão nuclear: 59 megajoules em cinco segundos (veja vídeo abaixo). A marca foi alcançada por cientistas do Joint European Torus (JET), próximo à cidade de Oxford.
Em nota, a Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido disse que os resultados eram "a demonstração mais clara em todo o mundo do potencial da energia de fusão para fornecer energia de baixo carbono segura e sustentável".
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