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Publicada em 13/12/2022 às 13h51
Abu Agila Mohammad Masud foi denunciado pelo crime de terrorismo internacional pela explosão de um Boeing 747 da Pan Am em 1988, que deixou 270 mortos.
O cidadão líbio Abu Agila Mohammad Masud, suspeito de ter fabricado a bomba que derrubou o voo 103 da Pan Am sobre a Escócia em 1988, foi denunciado pelo crime de terrorismo internacional num tribunal dos EUA na segunda-feira (12/12).
Os promotores do caso afirmaram que não estão em busca da pena de morte para Masud, contra o qual também há indícios de ter sido membro do serviço de inteligência da Líbia. Eles argumentaram que não havia previsão legal para tal pena na época do atentado.
Mas Masud pode ser sentenciado à prisão perpétua caso seja condenado por "destruição de uma aeronave resultando em morte", além de outras acusações relacionadas ao atentado, explicaram os promotores.
"Embora quase 34 anos tenham se passado desde as ações do réu, inúmeras famílias nunca se recuperaram totalmente", disse o procurador assistente dos EUA, Erik Kenerson.
Como Masud foi parar nos EUA?
O julgamento nos EUA representa um marco importante na longa investigação sobre o ataque que matou 270 pessoas – 259 pessoas a bordo e 11 em solo – em 1988. A detonação de um explosivo derrubou o Boeing 747, que fazia o voo de Londres a Nova York, enquanto ele sobrevoava a cidade escocesa de Lockerbie. A tragédia ficou conhecida como o atentado de Lockerbie.
Masud é o terceiro membro da inteligência líbia acusado em conexão com a detonação do avião da Pan Am, mas o primeiro a ser julgado num tribunal americano.
O anúncio oficial de sua custódia ocorreu após relatos da imprensa britânica sobre o paradeiro de Masud. O Departamento de Justiça dos EUA havia acusado o suposto agente líbio por seu envolvimento no atentado há cerca de dois anos.
As autoridades americanas não revelaram como Masud acabou nos EUA. No entanto, no mês passado, a imprensa líbia informou que ele havia sido sequestrado por homens armados em sua casa em Trípoli.
Em 2001, Abdelbaset al-Megrahi foi condenado pelo atentado após ser julgado num tribunal escocês especialmente estabelecido em território holandês. Ele foi o único a ser condenado pelo ataque. Embora tenha sido sentenciado à prisão perpétua, ele foi libertado por motivos humanitários pelo governo escocês em 2009, após ser diagnosticado com câncer. Al-Megrahi morreu na Líbia em 2012.
URL: https://rondoniadinamica/noticias/2022/12/eua-nao-pedem-pena-de-morte-para-acusado-de-derrubar-aviao-da-pan-am,148655.shtml