RFI
Publicada em 17/12/2022 às 08h57
O advogado de dois jornalistas iranianos, presos por ajudar a divulgar a morte sob custódia da jovem curda Masha Amini, foi preso em meio a protestos no país, anunciou neste sábado (17) uma imprensa reformista. "Mohammad Ali Kamfirouzi, advogado de diversos ativistas e jornalistas, foi preso na quarta-feira (14)", informou o jornal Ham-Mihan.
O Irã tem enfrentado uma onda de protestos desde a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, em 16 de setembro, depois que ela foi presa em Teerã pela polícia moral que a acusou de quebrar um rígido código de vestimenta que exige que as mulheres usem véu.
Kamfirouzi é advogado de Elaheh Mohammadi, 35, repórter do Ham-Mihan, e Niloofar Hamedi, 30, fotógrafa do jornal Shargh, detida desde setembro. A Autoridade Judicial os acusou em novembro de "propaganda contra o sistema" e "conspiração contra a segurança nacional" por chamar a atenção para o caso Mahsa Amini.
O advogado "não recebeu nenhuma intimação, está detido sem qualquer formalidade legal e o motivo de sua prisão permanece desconhecido", alegou seu defensor, Mohammad Ali Bagherpour, ao Ham-Mihan.
Privados de seus direitos
Mais de 300 jornalistas e fotógrafos iranianos criticaram as autoridades em uma carta aberta no final de outubro por terem "prendido [seus] colegas e os privado de seus direitos", em particular o "acesso a seus advogados".
Na quinta-feira (15), Mohammad Kamfirouzi, irmão do advogado, anunciou que o Judiciário agora é "responsável pela vida e saúde" do advogado.
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