RFI
Publicada em 21/12/2022 às 14h44
A corte suprema do Nepal ordenou nesta quarta-feira (21) a libertação de Charles Sobhraj, o assassino em série francês que inspirou a ficção da Netflix “Serpente”. O francês foi responsável por assassinatos em diferentes países asiִáticos nos anos 1970.
A Justiça nepalesa considerou que Sobhraj, de 78 anos, deve ser libertado por razões de saúde. O francês está preso no país desde 2003 condenado pelo assassinato de dois turistas norte-americanos.
"Manter sua prisão não seria conforme aos direitos humanos do prisioneiro", afirma a decisão do tribunal. “Se não houver outro processo em curso contra ele que o mantenha preso, esta corte ordena sua liberação hoje e o retorno a seu país dentro de quinze dias”.
Após uma infância conturbada e várias passagens pela prisão na França por crimes de pouca gravidade, Sobhraj começou a viajar pelo mundo no início dos anos 70 e acabou na capital tailandesa, Bangkok.
Seu modus operandi era seduzir e fazer amizade com suas vítimas, muitas vezes mochileiros europeus e norte-americanos em busca de uma jornada espiritual. Em seguida, ele as drogava, as roubava e as matava.
O primeiro assassinato de que participou data de 1975, quando o corpo de uma jovem norte-americana foi encontrado em uma praia de Pattaya vestida apenas com seu biquíni.
Gentil e sofisticado
Descrito como gentil e sofisticado, Sobhraj foi relacionado com cerca de 20 assassinatos em diferentes países da Ásia. Algumas de suas vítimas foram estranguladas, espancadas ou queimadas.
Quando matava homens, muitas vezes o serial killer se apropriava do passaporte da vítima e usava para chegar ao seu próximo destino.
O apelido de Sobhraj, "a cobra", vem de sua capacidade de assumir outras identidades para escapar da justiça.
A história chamou atenção de produtores de televisão e, em 2021, virou uma série de sucesso realizada em parceria entre BBC e Netflix.
Entradas e saídas da prisão
O assassino francês foi preso na Índia em 1976, após a morte por envenenamento de um turista francês em um hotel de Delhi, e foi condenado a 12 anos de prisão por assassinato.
Em 1986, ele escapou da penitenciária e foi preso novamente mais tarde no estado indiano de Goa.
Solto em 1997, ele se aposentou em Paris, mas ressurgiu em 2003 no Nepal, onde foi visto no distrito turístico de Katmandu e preso. No ano seguinte, um tribunal condenou sua prisão perpétua por matar a turista americana Connie Jo Bronzich, em 1975.
Dez anos mais tarde, ele também foi condenado por matar o companheiro canadense de Bronzich.
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